ESG

Biden e europeus pressionam Brasil a cortar emissões de gás metano

Presidente americano e representantes da União Europeia vão participar de uma conferência sobre o questões climáticas amanhã

Joe Biden: presidente dos EUA realizará uma nova conferência de líderes sobre questões climáticas amanhã. (Al Drago-Pool/Getty Images)

Joe Biden: presidente dos EUA realizará uma nova conferência de líderes sobre questões climáticas amanhã. (Al Drago-Pool/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de setembro de 2021 às 10h22.

O presidente dos EUA, Joe Biden, realizará uma nova conferência de líderes sobre questões climáticas amanhã. No encontro, o americano e a União Europeia devem anunciar o compromisso conjunto de cortar em 30% as emissões de gás metano até 2030 e cobrar que os demais países se juntem em uma "promessa global" na mesma linha. O Brasil é um dos convidados para o evento e deve ser pressionado a aderir a um compromisso de redução nas emissões do gás de efeito estufa.

Na terça-feira, um documento revelado pela agência Reuters aponta que americanos e europeus querem a adesão de uma lista específica de países, na qual o Brasil se encontra, à meta de redução de emissões de metano. China, Rússia, Índia, Arábia Saudita e outros também estão na lista dos europeus e americanos.

"Gostaria de enfatizar que é uma meta global coletiva para reduzir significativamente as emissões de metano", afirmou uma fonte do alto escalão do governo, em teleconferência com jornalistas, ao ser questionada sobre o acordo com a UE. O governo Biden tem voltado suas atenções ao gás metano e planeja colocar o tema em foco amanhã, com menções ao último relatório do IPCC. O painel climático da ONU alertou que a Terra vai atingir 1,5ºC acima do nível pré-industrial já na década de 2030 dez anos antes do esperado. O relatório aponta a relevância das emissões de metano - e não só de dióxido de carbono - para o aquecimento global.

"As últimas descobertas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas divulgadas no mês passado e um ciclo acelerado de desastres causados pelo clima em todo o mundo ressaltaram a urgência de intensificar dramaticamente as ações nesta década para manter a meta de 1,5 grau ao alcance", disse a Casa Branca, em um comunicado.

O encontro acontecerá na véspera da semana da Assembleia-Geral da ONU, na qual parte dos líderes estará em Nova York, e seis semanas antes da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021, chamada de COP-26. Biden quer reunir os líderes que já encontrou virtualmente em abril. A lista de confirmados ainda não foi divulgada.

Nos bastidores, integrantes do governo dizem que Biden quer uma "conversa franca sobre o que mais precisa acontecer" antes da COP, marcada para novembro em Glasgow, e novamente vai pressionar os países por "planos concretos e metas ambiciosas".

A reunião será a portas fechadas, diferentemente da cúpula de abril, que teve transmissão ao vivo pela internet. Novamente, o encontro será virtual.

Em abril, antes da primeira conferência sobre o tema, a Casa Branca pressionou o governo brasileiro a apresentar metas concretas de redução de emissões de gases e comprometimento com a preservação da Amazônia. Desde então, o diálogo entre os dois governos na questão ambiental esfriou. Há pouco mais de duas semanas, os dois países retomaram as conversas.

Esteja sempre informado sobre as notícias que movem o mercado. Assine a EXAME.

Acompanhe tudo sobre:Efeito estufaJoe BidenMudanças climáticas

Mais de ESG

Americanas convoca assembleia para votar ação judicial contra ex-executivos por fraude

O que é refinanciamento, como funciona e quais os principais tipos?

Na contramão do mercado cervejeiro, Heineken amplia participação feminina

Apple supera estimativa em balanço do 3º trim., mas queda de vendas na China liga alerta no mercado