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Os sistemas alimentares são responsáveis por cerca de 1/3 das emissões globais, com grande parte vindo da agropecuária (Marcelo Coelho/Divulgação)
Repórter de ESG
Publicado em 9 de abril de 2025 às 16h32.
Última atualização em 9 de abril de 2025 às 16h58.
O Bezos Earth Fund, organização filantrópica do bilionário Jeff Bezos, anunciou na terça-feira (8) um investimento de US$ 27,4 milhões (R$ 162,6 milhões) em parceria com o Global Methane Hub para impulsionar uma iniciativa global de redução de emissões de metano na pecuária.
Em fevereiro deste ano, o bilionário chegou a anunciar US$ 9,4 milhões para o desenvolvimento de uma vacina com o mesmo objetivo. Seu fundo, lançado em 2020, se comprometeu a destinar US$ 10 bilhões até 2030 para soluções climáticas e ambientais em busca da transição para uma economia de baixo carbono.
Do montante, US$ 19,3 milhões (R$ 112,6 milhões) são provenientes do fundador da gigante Amazon e US$ 8,1 milhões (R$ 47,2 milhões) do hub que funciona como um braço filantrópico de apoio a mitigação climática.
Fruto do processo digestivo dos bovinos, o metano é 80 vezes mais poluente do que o dióxido de carbono (CO2) -- o que o torna um grande vilão do aquecimento global. Atualmente, os sistemas alimentares são responsáveis por cerca de 1/3 das emissões globais, com grande parte vindo da agropecuária.
O foco do projeto será em financiar pesquisa e inovação de aprimoramento genético do gado para que ele emita menos gases de efeito estufa em diferentes regiões do mundo, sem alterar a alimentação ou manejo do rebanho.
A meta é reduzir as emissões do setor em até 30% nos próximos 20 anos, com impacto significativo a nível global, incluindo América do Norte, América Latina, Europa, África e Oceania.
Inicialmente, mais de 100 mil animais serão analisados para integrar dados genéticos e microbiológicos nos programas de melhoramento genético e ajudar a prever o comportamento das emissões.
Os recursos serão distribuídos entre diversas iniciativas de pesquisa, incluindo:
Universidade de Nebraska (EUA): US$ 2,34 milhões para estudar a genética de bovinos de corte com baixa emissão de metano.
Angus Foundation (América do Norte, Oceania e Europa): US$ 4,85 milhões para integrar características de baixa emissão nos programas de criação.
Wageningen University (Holanda): US$ 8,7 milhões para aprimorar geneticamente vacas leiteiras de raças como Holandesa, Jersey, Brown Swiss e Red.
Instituto Internacional de Pesquisa Pecuária (Quênia): US$ 3,35 milhões para o aprimoramento do gado indígena africano.
Instituto Nacional de Pesquisa Agropecuária (Uruguai): US$ 1,7 milhão para apoiar programas de gado de corte na América Latina.
Universidade de New England (Austrália): US$ 2,4 milhões para melhorar a criação de ovelhas de baixa emissão.
Análise do microbioma ruminal: US$ 4 milhões destinados a estudos dos microrganismos presentes no rúmen, um dos compartimentos do estômago de vacas, ovelhas e cabras.
A iniciativa integra o Global Methane Hub, uma colaboração global com mais de 50 instituições em mais de 25 países, incluindo o Brasil. A proposta é estabelecer a eficiência de metano como um padrão global na criação de animais, tornando a agropecuária uma parte fundamental na solução de combate à crise climática.
Hayden Montgomery, diretor do programa de Agricultura do Global Methane Hub, destacou que o objetivo é fornecer soluções práticas para reduzir as emissões e apoiar agricultores em todo o mundo.