ESG

Bayer: gestão da pessoa com deficiência no Brasil é modelo para o mundo

A Bayer se preocupa com o desenvolvimento da pessoa com deficiência e vai além do cumprimento da cota. Empresa é destaque na 3ª edição do Guia EXAME de Diversidade

Marilia Tocalino está na Bayer há dez anos. Deficiente visual, ela hoje é especialista em inclusão na empresa (Leandro Fonseca/Exame)

Marilia Tocalino está na Bayer há dez anos. Deficiente visual, ela hoje é especialista em inclusão na empresa (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 25 de junho de 2021 às 07h00.

No Brasil, desde 1999, a Lei de Cotas obriga as companhias com mais de 100 empregados a destinar parte das vagas a pessoas com deficiência — no mínimo, de 2% a 5% dos postos, dependendo do quadro total. Apesar disto, o cenário é bastante complicado e o desemprego, infelizmente, é comum para as pessoas com deficiência, que representam cerca de 25% da população. 

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Das 192 inscritas na terceira edição do Guia EXAME Diversidade, por exemplo, 30% indicam ter metas para reduzir a desproporção dos cargos ocupados por pessoas com e sem deficiência em quadros gerenciais e executivos, e 79% afirmam promover campanhas de conscientização interna sobre a diversidade para o público. Mesmo nas empresas com alguma prática de diversidade não é incomum encontrar aquelas que não cumprem a cota legal.

Felizmente há os bons exemplos.  Na indústria química Bayer, a gestão da pessoa com deficiência é acompanhada de perto e serve de inspiração para os demais escritórios globais da companhia, que lançou uma meta para que 5% dos funcionários de todas as unidades sejam pessoas com deficiência até 2030.

A Bayer é uma das empresas em destaque na terceira edição do Guia Exame Diversidade. Confira os destaques. 

Para garantir isto, o time de recursos humanos acompanha de perto os indicadores, conversa com aqueles que parecem estar perto de sair da empresa por alguma dificuldade de desenvolvimento, e trabalha para garantir a retenção. Um dos projetos desenvolvidos com esse intuito é o Cultivar, que acontece desde 2018 e tem mais de 350 pessoas. Como resultado, de 2020 para 2021 o turn over caiu de 10,3% para 4%.

Em outro programa, o Geração de Valor, as pessoas com deficiência apresentam seus projetos para os líderes da companhia. No ano passado, o vencedor identificou uma melhoria de processo no setor de embalagens dos sites, reduzindo em até 30% o custo de uso de embalagem.

“Vemos importantes movimentações dentro da organização, inclusive com impacto global. Para além da acessibilidade física e cumprimento da cota o objetivo é a inclusão de fato”, diz Kleber Carvalho, especialista de inclusão e diversidade da Bayer.

Uma das pessoas que representa o grupo de pessoas com deficiência na Bayer é a Marilia Tocalino. Hoje ela, que tem deficiência visual, atua como especialista de inclusão e diversidade. Um de seus objetivos é desmistificar os tabus em relação às pessoas com deficiência.

“A deficiência é uma característica que se soma ao repertório da pessoa. É preciso que não haja preconceito do mercado e empresa promova um ambiente seguro para que a capacidade de cada um seja plenamente exercida”.

Assim, Tocalino também coordenadora a iniciativa Educação para uma Vida Melhor, ação que promove uma série de oficinas e histórias com objetivo de levar conhecimento para a sociedade sobre ciência, saúde e nutrição por meio de temas atuais como sustentabilidade, diversidade e inclusão.

“Dentro do meu time todos somos pessoas com deficiência. Aqui, ao encontrarmos um ambiente no qual não precisamos provar nada além da nossa capacidade, conseguimos fazer projetos incríveis”.

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