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Baterias gravitacionais: quando o peso da inovação se torna vantagem competitiva?

Armazenamento por gravidade ganha escala internacional e abre novas possibilidades para soluções de energia limpa, com foco em resiliência e diversificação

Baterias gravitacionais: solução eficiente e limpa para armazenar energia de fontes renováveis. (Energy Vault/Divulgação)

Baterias gravitacionais: solução eficiente e limpa para armazenar energia de fontes renováveis. (Energy Vault/Divulgação)

Publicado em 12 de agosto de 2025 às 13h33.

Com a aceleração da transição energética, cresce a necessidade de soluções que garantam armazenamento de energia de forma segura, econômica e com baixa pegada ambiental. As baterias gravitacionais – sistemas que armazenam energia potencial ao elevar blocos pesados e a devolvem à rede ao baixá-los – surgem como alternativa complementar às hidrelétricas reversíveis e às baterias químicas.

A lógica é simples: em momentos de excedente de renováveis, os sistemas levantam blocos usando guindastes ou motores. Quando há demanda, liberam os blocos, acionando geradores. O conceito é antigo, mas a inovação está no uso de materiais reciclados, automação digital e controle de precisão, que permitem viabilizar o modelo em contextos urbanos ou industriais.

Quais são os casos concretos já implantados?

O primeiro sistema comercial foi entregue pela Energy Vault na China, em dezembro de 2023. Com capacidade de 25 MW/100 MWh, o projeto está conectado à rede de Rudong e já opera junto a um parque eólico. Outros três projetos já estão em construção na China, totalizando um pipeline de 2 GWh.

No Reino Unido, a Gravitricity testa o uso de minas desativadas para o armazenamento por gravidade, enquanto nos Estados Unidos a ARES desenvolve soluções ferroviárias com trens em rampas inclinadas. Cada modelo atende a nichos diferentes, com foco em complementaridade, e não substituição das soluções atuais.

Como essa tecnologia se posiciona frente às alternativas?

O armazenamento gravitacional não substitui as hidrelétricas reversíveis (PSH), que hoje representam mais de 90% da capacidade global de armazenamento. Mas oferece vantagens específicas:

  • Vida útil superior a 30 anos, sem degradação de capacidade;
  • Eficiência energética de 75% a 90%, comparável ao PSH e próxima das baterias químicas;
  • Uso de materiais recicláveis e menor impacto ambiental por não exigir metais críticos.

Em termos de custo, estudos como o do Pacific Northwest National Laboratory indicam que o LCOS (custo nivelado de armazenamento) para sistemas gravitacionais já é competitivo para durações acima de 8 horas, especialmente quando comparado às baterias de íon-lítio em aplicações estacionárias.

E o Brasil? Quais as oportunidades e desafios?

O Brasil possui um dos maiores sistemas hidrelétricos do mundo, com potencial para explorar soluções complementares de armazenamento. No entanto, a adoção de baterias gravitacionais exige:

  • Ambiente regulatório adaptado, que valorize o armazenamento de longa duração;
  • Modelos de negócio claros, já que o CAPEX inicial ainda é elevado;
  • Análises de ciclo de vida e impacto sistêmico, em linha com o pragmatismo da PSR.

O país está diante de uma janela estratégica: diversificar o portfólio de armazenamento, ampliar a resiliência da matriz elétrica e acelerar a transição energética com soluções complementares. O foco não deve ser a substituição de tecnologias, e sim a construção de um portfólio robusto e adaptado às características locais. As baterias gravitacionais ganham espaço global como parte do mosaico tecnológico da descarbonização.

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