ESG

Bancos são pressionados a cortar negócios com combustível fóssil

Grupo de 35 investidores e gestores de ativos pediram a 27 bancos que se comprometam a eliminar emissões até 2050, incluindo aquelas geradas por empréstimos e negociações

JPMorgan Chase e outros 26 bancos são pressionados a adotar postura de zero emissões até 2050 (Mike Segar/File Photo/Reuters)

JPMorgan Chase e outros 26 bancos são pressionados a adotar postura de zero emissões até 2050 (Mike Segar/File Photo/Reuters)

Da Bloomberg: Investidores que administram US$ 11 trilhões pediram aos maiores bancos do mundo que eliminem o financiamento de empresas de combustíveis fósseis e apoiem as metas do acordo climático de Paris.

Gestores de ativos, incluindo a divisão EOS da Federated Hermes e a Pacific Investment Management Co. pediram a 27 bancos que se comprometam a eliminar as emissões em suas operações até 2050, incluindo aquelas geradas por empréstimos, negociações e subscrição, e estabeleceram metas provisórias de redução. O grupo de 35 investidores, organizado pelo Grupo de Investidores Institucionais sobre Mudanças Climáticas, também disse que os bancos deveriam expandir suas atividades de financiamento verde e se retirar de quaisquer projetos que estejam em desacordo com o acordo de Paris.

Como os principais guardiões do capital para grande parte da economia mundial, os bancos têm um papel crítico a desempenhar nos esforços para limitar o aquecimento global e um número crescente de ativistas, formuladores de políticas e investidores estão agora apelando à indústria para usar seus vastos recursos para facilitar o transição a um mundo mais limpo.

“Há uma necessidade urgente de os bancos tomarem e acelerarem ações para apoiar os objetivos do Acordo de Paris”, disse Stephanie Pfeifer, presidente do grupo. “Os compromissos de emissões líquidas zero devem gerar mudanças reais. Com cinco anos já decorridos desde o Acordo de Paris, é preciso fazer o que se fala.”

Do JPMorgan ao UBS
Os investidores enviaram a carta a bancos incluindo JPMorgan Chase, HSBC e UBS. Embora muitos dos bancos tenham anunciado planos para zerar emissões líquidas, os críticos questionam a força desses compromissos, já que muitos deixam de mencionar os empréstimos para combustíveis fósseis e não incluem marcos intermediários. O HSBC, com sede em Londres, disse no mês passado que planeja adotar passos extras ao longo do caminho para sua meta em 2050 após a pressão de um grupo de acionistas.

O grupo de investidores, que também inclui Fidelity International e Legal & General Investment Management, solicitou que os bancos avaliem e divulguem as emissões de gases de efeito estufa associadas às suas atividades de financiamento.

As empresas de gestão de ativos disseram que os bancos deveriam “alinhar sua provisão de financiamento com o cumprimento das metas do Acordo de Paris”. Na prática, isso significa que eles “devem eliminar constantemente o financiamento de combustíveis fósseis e outras atividades desalinhadas não consistentes com a meta de emissões de 2050, enquanto aumentam o financiamento para soluções de zero e de baixo carbono que são vitais para sua realização”.

Outros pedidos dos investidores incluem que os bancos estabeleçam condições explícitas ao fornecer financiamento vinculado a garantias para zerar emissões líquidas; não dependam muito de tecnologias e compensações de emissões negativas não comprovadas; e, para os comitês de remuneração dos bancos, garantam que a remuneração variável esteja alinhada ao cumprimento das metas climáticas líquidas e intermediárias.

“O problema que enfrentamos hoje é que muitos bancos deixam de considerar os danos climáticos quando tomam decisões de financiamento, e muito dinheiro está sendo investido em atividades intensivas em carbono das quais precisamos desesperadamente nos afastar”, disse Natasha Landell-Mills, chefe de administração da Sarasin & Partners.

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