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B3 lança IDIVERSA B3, indicador com critérios de gênero e raça para a composição de carteira

Com validade a partir desta terça-feira, 15, a primeira carteira do IDIVERSA B3 incluirá 79 ativos de 75 empresas, abrangendo dez setores econômicos; entenda os critérios de inclusão e exclusão do índice focado em diversidade racial e de gênero

A B3 anuncia o IDIVERSA B3 (Getty/Getty Images)

A B3 anuncia o IDIVERSA B3 (Getty/Getty Images)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 15 de agosto de 2023 às 09h30.

Depois de lançar indicadores como o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), a B3 anuncia nesta terça-feira, 15, o IDIVERSA B3, primeiro índice latino-americano a combinar num único indicador critérios de gênero e raça para selecionar as empresas que irão compor a carteira. "Diferentemente de outros índices já existentes que olham só para gênero ou raça, estamos trabalhando com uma tese de agrupamento ao considerar os dois grupos socialmente minorizados. Isto deve ajudar a induzir práticas ESG no mercado, e trazer mais uma tese de investimento", diz Ana Buchaim, vice-presidente de pessoas, marketing, comunicação, sustentabilidade e investimento social privado da B3.

O índice é o décimo da família de indicadores ESG disponibilizados pela bolsa, que conta com, por exemplo, com o já citado ISE B3, o IGPTW B3, que reúne as melhores empresas para trabalhar; e o ICBIO, que acompanha os preços dos créditos de descarbonização. "O IDIVERSA B3 é o décimo índice na família ESG da B3", diz Buchaim. 

Para influenciar o mercado, a executiva afirma que a B3 está fazendo a lição de casa ao ter, por exemplo, cerca de 30% de mulheres em posições de liderança -- com meta de alcançar 35% até 2026. "Entendemos ainda que outros grupos de diversidade, com os quais já temos práticas estabelecidas, podem entrar no índice no futuro conforme os dados coletados pela CVM evoluírem, como os de pessoas com deficiência".

Como funciona o IDIVERSA?

O índice foi construído com base em dados públicos disponíveis no Formulário de Referência (FRe), um requisito anual para empresas de capital aberto. Neste ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a exigir a apresentação, nos formulários, do número de funcionários e de integrantes dos órgãos de administração e conselhos das companhias agrupados por gênero e raça.

Assim, para entrar no IDIVERSA, a empresa precisa ter ao menos uma mulher ou uma pessoa negra no Conselho de Administração e uma mulher ou uma pessoa negra na Diretoria Estatutária, tendo apenas em uma pessoa em uma dessas áreas da empresa, mas não em outra, a participação é invalidada. O desafio é a clareza em relação à interseccionalidade, uma vez que a empresa pode, por exemplo, contabilizar uma mulher negra duas vezes.

A partir desses dados, a B3 calcula uma nota para cada companhia, o chamado Score Diversidade, que leva em conta o setor de atividade. O resultado do score é um dos principais critérios para definir a entrada de uma empresa no novo índice, que somado aos critérios de liquidez, define a seleção das empresas que compõe o índice.

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Metodologia do índice IDIVERSA

O IDIVERSA tem como critérios de inclusão:

  • Estar entre os ativos elegíveis que, no período de vigência das 3 (três) carteiras anteriores, em ordem decrescente de Índice de Negociabilidade (IN), representem em conjunto 99% (noventa e nove por cento) do somatório total desses indicadores (ver Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da B3).
  • Ter presença em pregão de 95% (noventa e cinco por cento) no período de vigência das 3 (três) carteiras anteriores.
  •  Não ser classificada como “Penny Stock” (ver Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da B3).
  •  Apresentar um Score Diversidade B3 (ver Anexo) maior ou igual a média subtraída do desvio padrão do Setor Econômico B3.
  • Ter pelo menos um representante dos grupos subrepresentados no CA (Conselho de Administração), como membro efetivo.
  •  Ter pelo menos um representante dos grupos subrepresentados na Diretoria Estatutária.

Já os critérios de exclusão são:

  • Os ativos que deixarem de atender a qualquer um dos critérios de inclusão acima indicados;
  • Os ativos que, durante a vigência da carteira, passem a ser listados em situação especial (ver Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da B3). Serão excluídos ao final de seu primeiro dia de negociação nesse enquadramento;

A primeira carteira do IDIVERSA B3

Com validade a partir de hoje, a primeira carteira do IDIVERSA B3 incluirá 79 ativos de 75 empresas, abrangendo dez setores econômicos. A oferta do IDIVERSA B3 permitirá o desenvolvimento de produtos de investimento, como fundos passivos e ativos, além de fundos de índices que poderão aumentar a oferta de produtos para os investidores finais. Neste momento, há ativos como Azul S.A, Lojas Renner S.A, Neoenergia S.A, entre outras.

“Além de dar visibilidade e transparência das companhias que se destacam entre seus setores na temática diversidade, os índices são ferramentas essenciais para o desenvolvimento de mercado já que oferecem aos investidores referências para avaliação, planejamento de investimentos e formação de portfólios”, finaliza Buchaim.

Acompanhe tudo sobre:DiversidadeB3

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