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Avanços em energia eólica e solar garantem ao Brasil a menor emissão per capita de carbono do G20

Estudo do think tank Ember aponta o Brasil como exemplo de transição energética. Aumento de geração renovável foi o segundo maior do mundo, atrás somente da China

Energia limpa: avanço das renováveis ajudou a reduzir as emissões do setor de energia de 0,56 MtCO2 por habitante em 2014 para 0,33 MtCO2 por habitante em 2023 (Zhongguo/Getty Images)

Energia limpa: avanço das renováveis ajudou a reduzir as emissões do setor de energia de 0,56 MtCO2 por habitante em 2014 para 0,33 MtCO2 por habitante em 2023 (Zhongguo/Getty Images)

Rodrigo Caetano
Rodrigo Caetano

Editor ESG

Publicado em 11 de julho de 2024 às 12h37.

Última atualização em 11 de julho de 2024 às 12h40.

O Brasil se destaca como líder em eletricidade renovável no G20, alcançando em 2023 a marca de 89% de sua eletricidade proveniente de fontes renováveis, o que representa um índice três vezes maior do que a média global de 30%. Enquanto isso, quase metade dos países do G20 e a média do grupo ficaram abaixo desse padrão global. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira, 11, pelo think tank de energia Ember.

Esse sucesso se deve principalmente à sua robusta base hidrelétrica e à rápida expansão da energia solar e eólica nos últimos anos. A participação da hidroeletricidade tem variado ao longo da última década, representando 60% da eletricidade brasileira em 2023, comparado com 63% em média desde 2013. Em contrapartida, as energias eólica e solar têm crescido rapidamente, representando 21% da energia em 2023, um aumento significativo em relação a anos anteriores.

O avanço das renováveis ajudou a reduzir as emissões do setor de energia de 0,56 MtCO2 por habitante em 2014 para 0,33 MtCO2 por habitante em 2023. Com isso, o Brasil mantém o posto de país com as menores emissões per capita no G20, que ocupa há duas décadas – exceto por um breve período em que foi ultrapassado pela França, em 2014. Desde então, o Brasil não parou de reduzir suas emissões. Por outro lado, as emissões per capita da França permaneceram relativamente estáveis.

Eólica e solar

O Brasil registrou o segundo maior aumento anual de geração eólica e solar do mundo em 2023, com um aumento de 36 TWh, ficando atrás apenas da China. A maioria dos membros do G20, incluindo o Brasil, já estão pelo menos cinco anos após o pico das emissões do setor de energia, representando 41% da geração de energia do grupo em 2023.

Apesar das quedas rápidas nas emissões de muitos países do G20, as emissões do setor de energia no grupo ainda estão aumentando. Em 2023, atingiram um novo recorde de 11.881 MtCO2, um aumento de 1,2% em relação ao ano anterior. No entanto, as emissões do setor de energia do Brasil atingiram o pico em 2014, com 114 milhões de toneladas de CO2, e em 2023 estavam 38% abaixo desse nível, totalizando 70 MtCO2.

O crescimento na geração de energia solar no Brasil tem sido notável, aumentando em 72% de 2022 para 2023, representando 7,3% da eletricidade total do país. Os dados mais recentes mostram um crescimento contínuo em 2024, com a geração de energia solar de janeiro a maio superando os números do ano anterior. A participação da energia solar no Brasil ultrapassou a média do G20 durante esse período, gerando 9,1% da eletricidade.

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