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Assembleia da ONU: BID lança plataforma para conectar investidores a projetos climáticos regionais

ReInvest+ busca transformar empréstimos bancários locais em títulos de investimento para atrair capital privado a adaptação climática; iniciativa tem início na América Latina e Caribe

Ilan Goldfajn, presidente do BID: "Estamos reabrindo o espaço para novos empréstimos e potencialmente escalando o financiamento climático como nunca antes" (BID/Divulgação)

Ilan Goldfajn, presidente do BID: "Estamos reabrindo o espaço para novos empréstimos e potencialmente escalando o financiamento climático como nunca antes" (BID/Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 24 de setembro de 2025 às 11h17.

Última atualização em 24 de setembro de 2025 às 11h20.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) anunciou durante a Assembleia da ONU o lançamento da ReInvest+, plataforma que pretende facilitar o acesso de países em desenvolvimento, especialmente da América Latina e Caribe, ao financiamento climático privado internacional.

A iniciativa surge diante do déficit de recursos para projetos de adaptação e mitigação climática nestas regiões. A Conferência do Clima da ONU de Baku determinou que países em desenvolvimento precisam de mais de US$ 1,3 trilhão anuais para fortalecer sua resiliência climática e reduzir emissões. Para especialistas, no entanto, os recursos públicos são insuficientes para atingir essa capacidade financeira.

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O BID ainda afirma que os fluxos de capital privado seguem lentos, uma vez que os investidores globais preferem moedas fortes, em valores qualificados. Já os projetos urgentes de financiamento estão em estágios iniciais, sem qualificação, e em moedas locais e mais frágeis.

Segundo Ilan Goldfajn, presidente do BID, a abordagem adotada até agora — de convencer os investidores institucionais sobre mudar seu apetite por risco para investir em projetos de países em desenvolvimento — se mostrou muito cara e difícil de escalar. “Planejamos desbloquear capital privado transformando empréstimos locais consolidados em ativos globais investíveis, reabrindo o espaço para novos empréstimos e potencialmente escalando o financiamento climático como nunca”, disse.

Como funciona a ReInvest+

A plataforma opera em quatro etapas. Primeiro, identifica projetos climáticos já estruturados, aprovados e em operação que constam nos portfólios de bancos locais. Um estudo encomendado pelo BID estima que há cerca de US$ 500 bilhões em empréstimos desse tipo na América Latina e Caribe, parte de um conjunto global que pode chegar a US$ 3 trilhões.

Em seguida, esses empréstimos são agrupados e recebem seguros para cobrir riscos políticos e cambiais, transformando-se em títulos com grau de investimento em moedas fortes. O terceiro passo estabelece uma condição: os empréstimos só são adquiridos se os bancos se comprometerem a reinvestir os recursos em setores alinhados com planos e metas climáticas nacionais, as chamadas NDCs.

O BID explica que isso gera um ciclo sustentável de capital, que permite que o recurso flua para projetos e incentive a geração de empregos e o crescimento sustentável dessas regiões.

Financiamento climático

O BID abriu uma chamada para bancos interessados em participar da iniciativa, com prazo até 24 de outubro. A instituição atuará como organizadora, definindo critérios para compra de ativos e fornecendo instrumentos financeiros como seguros cambiais. O projeto acontecerá inicialmente na América Latina, mas deve ser expandido para outras regiões com o sucesso das operações.

Os parceiros selecionados serão anunciados durante a COP30, em Belém, junto com os planos de aquisição de ativos para os próximos 12 meses.

O presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, afirmou que espera que um dos êxitos da COP30 seja o financiamento climático. "Estamos avaliando o que já foi feito e o que falta fazer, e o ReInvest+ ajuda a preencher essas lacunas. Em conjunto, estamos avançando mostrando como o financiamento pode contribuir para as soluções climáticas", explica.

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