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Armazenamento de energia: conheça um potencial aliado na transição energética do Brasil

Baterias e hidrelétricas reversíveis figuram como solução para integrar renováveis, reduzir custos e modernizar o setor elétrico brasileiro.

Armazenamento de energia: baterias e usinas reversíveis podem economizar até R$ 4 bi por ano.

Armazenamento de energia: baterias e usinas reversíveis podem economizar até R$ 4 bi por ano.

Publicado em 21 de outubro de 2025 às 14h00.

O Brasil tem uma matriz elétrica historicamente limpa, com hidrelétricas que por décadas garantiram flexibilidade e confiabilidade. Nos últimos anos, porém, a rápida expansão da geração solar e eólica e o aumento das restrições hídricas têm dificultado a manutenção do equilíbrio entre oferta e demanda em tempo real. A consequência é a necessidade de despacho cada vez maior de recursos flexíveis, como as termelétricas.

Segundo projeções da PSR baseadas em dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os picos de demanda líquida podem chegar a quase 70 gigawatts (GW) em 2029. Em cenários críticos, como secas, no fim da tarde, quando a geração solar cai, a necessidade de aumento rápido de oferta pode atingir 18 GW em uma hora, ultrapassar 50 GW em quatro horas e chegar a 60 GW em sete horas. Sem soluções que ofereçam flexibilidade, cresce o risco de apagões e a dependência de térmicas.

Nesse contexto, os Sistemas de Armazenamento de Energia (SAE) figuram como um recurso que pode prover flexibilidade, dentre outros serviços ao sistema. Um estudo da PSR aponta as duas tecnologias de armazenamento que poderiam ser inseridas no sistema brasileiro em um menor espaço de tempo: baterias, especialmente as de íon-lítio, e usinas hidrelétricas reversíveis. As primeiras guardam eletricidade diretamente, com resposta rápida e flexível para equilibrar variações e evitar desperdício de energia renovável. Já as segundas, funcionam como “baterias d’água”, movendo água entre reservatórios para armazenar e gerar energia conforme a demanda.

Nos cenários avaliados, a adoção dessas soluções poderia reduzir significativamente os custos de atendimento à demanda do sistema no ano de 2029. Usinas reversíveis têm potencial de economia de R$ 2,3 bilhões, enquanto baterias podem gerar uma redução de quase R$ 2 bilhões.

Apesar desses benefícios, o estudo aponta que, afora algumas aplicações específicas em que o uso de SAE já se mostra viável, existem hoje entraves a uma inserção mais ampla dessas tecnologias no sistema.

A falta de regulação é o principal obstáculo para viabilizar projetos de armazenamento no Brasil. Hoje, faltam regras que definam como esses sistemas devem ser integrados ao sistema e como eles são remunerados pelos distintos serviços que podem ser prestados. Além disso, a baixa variação de preços no mercado spot limita ganhos com arbitragem, e a elevada carga tributária sobre baterias pode aumentar os custos em até 76%, segundo a consultoria PSR.

Sem mudanças, o potencial estratégico do armazenamento para o sistema seguirá sendo limitado. Nos Estados Unidos, em alguns países da Europa e na China, esses modelos já estão consolidados e fazem parte do planejamento energético. No Brasil essas barreiras ainda precisam ser superadas. Recentemente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, sinalizou com a intenção de realizar um leilão de baterias no fim deste ano.

O estudo indica que será preciso criar mecanismos de remuneração claros e marcos regulatórios específicos, que reconheçam o valor estratégico do armazenamento e viabilizem sua participação na operação do sistema. Isso permitirá reduzir custos, integrar mais renováveis de forma segura e garantir uma matriz elétrica limpa, competitiva e resiliente.

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