Alme, marca da Arezzo&Co, é carbono neutro (Divulgação/Divulgação)
Marina Filippe
Publicado em 14 de abril de 2022 às 09h00.
Última atualização em 14 de abril de 2022 às 10h38.
A Arezzo&Co (grupo que reúne as marcas Arezzo, Schutz, Anacapri, Alexandre Birman, Fiever, Alme, Vans, AR&Co, Baw e Carol Bassi), anuncia sua meta de reduzir em 30% as emissões de Gases de Efeito Estufa nos escopos 1 e 2, ou seja, emissões diretas e indiretas em relação ao consumo de energia. A novidade faz parte da quarta edição do relatório de sustentabilidade da Arezzo&Co.
Com receita bruta de R$ 3,6 bilhões e mais de 24 milhões de peças vendidas em 2021, o grupo estruturou a estratégia de sustentabilidade baseada em três pilares: produção responsável, meio ambiente saudável e pessoas empoderadas. Em cada um dos pilares, serão trabalhadas metas que visam uma operação ecoefeiciente com matérias-primas de baixo impacto socioambiental.
"Temos a ambição de atingir a neutralidade de carbono (NetZero) até 2050 e estamos desenvolvendo metas baseadas na ciência com a construção de um inventário que ampliará os detalhes da nossa atuação e, no futuro, incluirá também a redução das emissões de gases de emissões indiretas (escopo 3)", afirma Suelen Joner, head de sustentabilidade da Arezzo&Co.
Além da redução de emissões de GEE, o grupo prevê alcançar 100% dos seus fornecedores diretos certificados até o final deste ano, e 100% de sua cadeia rastreada e certificada até 2024. Até dezembro de 2021, 64% dos fornecedores diretos da companhia eram certificados pela ABVTEX e 70% dos curtumes, operações de processamento do couro cru, eram certificados pela LWG (Leather Working Group) e/ou pela CSCB (Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro).
"Temos compromissos públicos que entraram para a remuneração variável do C-level neste ano, entre elas ter ao menos 20% do couro rastreado por blockchain; 35% do quadro de funcionários com pessoas negras e a certificação da cadeia pela ABVTEX, que faz a auditoria do fornecedor após ele receber mentorias do Sebrae para cumprir os requisitos", afirma Joner.
Para Marco Vidal, diretor executivo de gente e gestão, expansão e sustentabilidade, é importante lembrar que as ações relacionadas ao uso do couro não são novas na companhia. "Há anos eliminamos o uso de peles exóticas e temos certificações em 70% do couro usado. Acreditamos que as boas práticas nessa cadeia é um caminho que nos fortalece no mercado nacional e internacional".
Sustentabilidade na moda
Sendo o setor de moda um dos mais poluentes do planeta, não basta produzir melhor. Pensando nisto, o grupo também tem ampliado sua atuação no segmento de revenda de peças usadas por meio do brechó online Troc. Segundo a empresa, a revenda tem contribuído para a economia de mais de 720 milhões de litros de água; evitando que 131,5 toneladas de roupas sejam destinadas a aterros sanitários e permitindo que 920,3 toneladas de CO2 sejam emitidos na atmosfera.
A companhia também reduziu em 16,88% o consumo de materiais poluentes para produção de embalagens, com uma iniciativa chamada Que Saco, que substituiu os plásticos usados nas embalagens pelo seaplast, um composto de plásticos que são retirados dos oceanos e litorais do Brasil.
"As clientes de marcas como Schutz e Arezzo recebem sacolas da Troc para vender seus itens de qualquer marca no brechó online. Além disso, temos projetos de coletas de peças em onze pontos da marca Reserva para reciclar roupas que podem virar novas peças. Estamos estimulando a moda circular em diferentes etapas", diz Joner.
Grande parte das iniciativas de sustentabilidade da Arezzo&Co estão sendo testadas na Alme, marca de calçados 100% carbono neutro. "A Alme é nosso laboratório de rastreabilidade, desenvolvimento de matéria prima e gestão pós-consumo. É a oportunidade de encontrar soluções ambientais e econômicas viáveis".
Por conta de iniciativas como essas, em 2021, o grupo também foi selecionado para compor a carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, o que demonstra a solidez na adoção de boas práticas ESG, posicionando a companhia entre as empresas referência em sustentabilidade no Brasil. No último ano, e pela primeira vez, a Arezzo&Co participou do Carbon Disclosure Project (CDP), com obtenção de nota C+, tornando a empresa elegível para a entrada na carteira do ISE da B3.
Área dedicada ao ESG
Este é o primeiro relatório de sustentabilidade da Arezzo&Co com uma área 100% dedicada ao ESG (sigla em ingês para ambiental, social e governança). Isto porque Joner chegou ao grupo em junho do ano passado com a missão de desenvolver uma estratégia robusta. Já em agosto, por exemplo, o grupo válidou uma trilha de diversidade e inclusão, também com uma pessoa exclusivamente dedicada.
A companhia, que foi certificada pelo GPTW (Great Place to Work) em 2021 com 76% de aprovação por parte dos funcionários que viram a empresa como um ótimo lugar para se trabalhar, pretende impulsionar a diversidade e inclusão entre as equipes com a contratação de 35% de profissionais negros.
Ainda em prol da diversidade, o grupo lançou uma cartilha e pretende treinar 100% dos funcionários, incluindo o time da Arezzo, Reserva e, ainda, a equipe do varejo para falar sobre sensibilização de vieses inconscientes, diversidade e inclusão.
O treinamento, destinado aos funcionários do varejo das lojas dos segmentos de calçados, bolsas e acessórios, contou com 1.208 participantes diretos, sendo 84% do público composto por franqueados e 16% de profissionais das lojas próprias do grupo.
Já no pilar social, o grupo investiu mais de um milhão em projetos sociais, beneficiando mais de 23 mil famílias, com a distribuição de alimentos e apoio a iniciativas voltadas para educação e cultura. "Ser diversa e inclusiva faz parte da essência do grupo, que conecta múltiplos perfis e estilos em uma só empresa”, finaliza Vidal.
O relatório completo está disponível no site da companhia.