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Aquecimento global ameaça focas na Antártica e população cai 54%, mostra estudo

Pesquisa aponta que a dependência do gelo marinho para alimentação e reprodução causa o declínio das espécies de focas

Espécies são ameaçadas pelos gases de efeito estufa e aquecimento global (wirestock/Freepik)

Espécies são ameaçadas pelos gases de efeito estufa e aquecimento global (wirestock/Freepik)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 18 de junho de 2025 às 17h19.

Última atualização em 18 de junho de 2025 às 17h39.

Com o maior derretimento das geleiras a partir do aquecimento global, a população de focas na Antártica vem diminuindo a cada ano. A informação deriva de uma pesquisa da British Antarctic Survey, que avalia três espécies do animal desde a década de 1970.

A pesquisa comparou registros de satélite da preservação de gelo marinho e a presença das espécies foca-de-Weddell, leão-marinho e elefante-marinho. Os resultados de cinco décadas de análises mostram a maior frequência de períodos contínuos de aquecimento e cada vez menos momentos de temperaturas abaixo da média.

Para as focas, o efeito dessa mudança do clima é ameaçador: entre a espécie focas-de-Weddell, a dependência do gelo para descansar, produzir e se alimentar gerou uma diminuição na presença da espécie de 54% desde os anos 1970.

Entre os leões-marinhos, a baixa de 47% na presença dos animais foi causada por mudanças na cadeia alimentar. O efeito do aquecimento do clima não foi percebido na reprodução dessa espécie, que se reproduz em terra.

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Já entre os elefantes-marinhos, não foi registrado nenhuma redução significativa a longo prazo na presença dessa população.

De acordo com Michael Dunn, principal autor do estudo que concedeu entrevista ao The Guardian, é a primeira vez que “não estamos apenas prevendo como a vida selvagem pode responder à redução do gelo marinho e às mudanças ambientais”, já que o estudo pôde confirmar esses efeitos usando dados sólidos e de longo prazo.

Aquecimento global e pinguins

Além das focas, o aquecimento global tem causado impacto em outros animais, incluindo os pinguins-imperadores. De acordo com um estudo publicado na revista Nature Communications, a população dessa espécie diminuiu em cerca de 22% nos últimos 15 anos, muito mais do que o esperado anteriormente.

A pesquisa, também realizada por cientistas do British Antarctic Survey, aponta que as colônias de pinguins-imperadores enfrentam sérias dificuldades devido à instabilidade do gelo marinho, que afeta diretamente suas áreas de reprodução.

População de pinguins-imperadores está diminuindo mais rápido do que o esperado

Enquanto a perda de gelo compromete as zonas de reprodução e cria novos desafios, como chuvas mais intensas e predadores aumentados, a população de pinguins-imperadores experimenta uma diminuição ainda mais rápida do que modelos anteriores previam. Esses fatores alteram o processo de incubação e desenvolvimento dos filhotes, que dependem do gelo firme para se manterem seguros até a maturidade.

Os cientistas alertam que, se as emissões de gases de efeito estufa não forem reduzidas significativamente, a espécie pode enfrentar uma extinção iminente até o final do século. Contudo, como destaca Peter Fretwell, autor principal do estudo, ainda há uma janela de oportunidade para mitigar os impactos, desde que haja um esforço global para limitar o aquecimento do planeta.

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