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Após diminuição de 75% no uso de sacolas pláticas, Suécia revoga taxa sobre produto

Imposto foi adotado em 2015 por países da União Europeia; ambientalistas temem retrocesso

A abolição do imposto sobre sacolas plásticas na Suécia gera preocupações entre ambientalistas que temem retrocessos nos hábitos sustentáveis da população. (Getty Images)

A abolição do imposto sobre sacolas plásticas na Suécia gera preocupações entre ambientalistas que temem retrocessos nos hábitos sustentáveis da população. (Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 1 de novembro de 2024 às 14h05.

A partir desta sexta-feira, 1º, a Suécia abolirá o imposto sobre sacolas plásticas, encerrando uma medida que reduziu drasticamente o uso dessas sacolas em mais de 75% nos últimos quatro anos. Desde a introdução do imposto de 3 coroas (R$ 1,62) por sacola em maio de 2020, o consumo médio caiu de 74 sacolas por pessoa em 2019 para apenas 17 em 2023.

De acordo com o The Guardian, o imposto foi originalmente implementado em conformidade com uma diretiva da União Europeia de 2015, que pedia uma redução significativa no uso de sacolas plásticas. No entanto, o atual governo de coalizão centro-direita, apoiado pelo partido de extrema-direita Democratas da Suécia, anunciou no ano passado a decisão de eliminar a taxa. Eles argumentaram que, como o consumo de sacolas plásticas no país já estava abaixo da meta da UE, o imposto havia cumprido seu objetivo.

Críticos, incluindo a Agência Sueca de Proteção Ambiental, alertam que a retirada do imposto pode levar a um aumento no uso de sacolas plásticas. "Achamos que o governo poderia ter avaliado melhor antes de tomar essa decisão", disse Åsa Stenmarck, representante da agência ao The Guardian. A meta da UE é que o consumo não ultrapasse 40 sacolas por pessoa a partir de 2025; se o país não atingir esse objetivo, poderá enfrentar multas da UE.

Possível aumento do uso de sacolas plásticas

Defensores do meio ambiente temem que essa mudança leve a um aumento do uso de sacolas plásticas, revertendo hábitos sustentáveis adquiridos nos últimos anos. "Esperamos que a indústria não comece a promover o uso de sacolas plásticas novamente e que os consumidores mantenham o hábito de levar suas próprias sacolas", disse Stenmarck.

Além disso, a decisão de revogar o imposto foi criticada como parte de uma narrativa populista de direita. Rolf Lindahl, da Greenpeace Suécia, afirma que a taxa se tornou alvo de debates culturais, com partidos de direita apresentando-a como um exemplo de excesso ambiental do governo. Já Joakim Brodahl, da organização Keep Sweden Clean, disse que a ausência do imposto pode reduzir o custo das sacolas para os consumidores, o que poderia estimular um aumento na utilização.

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