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Virgin Atlantic: combustível sustentável é a principal alternativa do setor para reduzir emissões (Neilson Barnard/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 28 de novembro de 2023 às 14h34.
Última atualização em 28 de novembro de 2023 às 14h40.
A companhia aérea britânica Virgin Atlantic operou, nesta terça-feira (28), o primeiro voo transatlântico movido inteiramente por combustíveis sustentáveis. Para as organizações ambientais, no entanto, a iniciativa não passa de "greenwashing" — expressão usada para designar uma propaganda enganosa feita pelas empresas como o objetivo de parecerem comprometidas com a sustentabilidade e a pauta ESG.
A entidade ambiental Stay Grounded descreveu a operação como um "greenwashing". "
Não é por acaso que (o voo) acontece dois dias antes do início da COP28, em Dubai", destacou a organização. "Embora a atenção do mundo esteja focada em um voo, há 100 mil por dia que usam combustíveis fósseis. Os substitutos são apenas uma gota no oceano de hidrocarbonetos".
O avião decolou do aeroporto de Heathrow, em Londres, por volta das 8h50 (horário de Brasília) e deve pousar no JFK, em Nova York, às 16h30 (horário de Brasília). A empresa especificou que não se tratava de um voo comercial, portanto a viagem foi realizada sem passageiros que pagaram passagem ou taxas.
O voo seria o primeiro "alimentado 100% com os chamados combustíveis sustentáveis em ambos os motores, por uma companhia aérea comercial, em uma rota de longo alcance", afirmou a Virgin em um comunicado.
O bilionário britânico Richard Branson, fundador da companhia, disse estar "muito orgulhoso de estar a bordo" do voo ao lado de equipes "que trabalharam juntas para traçar o caminho para a descarbonização da aviação de longa distância", segundo a companhia aérea.
Produzidos a partir de óleos usados, resíduos de madeira ou algas, os combustíveis de aviação sustentáveis (SAF) podem ser usados como complemento ao querosene (até 50%) nas aeronaves atuais. Essas fontes são consideradas a principal aposta para a descarbonização do setor aéreo nas próximas décadas. No entanto, há o problema da produção, que ainda é incipiente e muito cara.