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Amazônia Legal registra menor área desmatada em nove anos

O desmatamento também caiu no Cerrado, em 25,7%, com uma perda de vegetação equivalente a 8.174 km², segundo o Inpe

O desmatamento na Amazônia Legal caiu 30,6% entre agosto de 2023 e julho de 2024, segundo dados apresentados pelo Inpe (AFP)

O desmatamento na Amazônia Legal caiu 30,6% entre agosto de 2023 e julho de 2024, segundo dados apresentados pelo Inpe (AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 7 de novembro de 2024 às 11h33.

Última atualização em 7 de novembro de 2024 às 11h38.

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O desmatamento na Amazônia Legal diminuiu 30,6% entre agosto de 2023 e julho de 2024, segundo dados apresentados nesta quarta-feira, 6, pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Nesse período, foram desmatados 6.288 km² de vegetação nativa na Amazônia Legal, "o menor resultado nos últimos nove anos de monitoramento", disse em coletiva de imprensa o diretor interino do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilvan Oliveira.

Segundo Gilvan, as ações governamentais evitaram a destruição de mais de 7.900 km² de floresta tropical.

O desmatamento também caiu no Cerrado, em 25,7%, com uma perda de vegetação equivalente a 8.174 km², segundo o Inpe, a menor desde 2019.

De acordo com especialistas, a destruição na Amazônia e no Cerrado é impulsionada principalmente pela ampliação de terras para agricultura e pecuária.

Esses dois biomas também sofreram com a ocorrência de uma seca histórica que favoreceu a propagação de incêndios.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, destacou a "queda significativa" do desmatamento na Amazônia e no Cerrado como parte das metas para reduzir as emissões de carbono no Brasil, que será sede da conferência da ONU sobre a mudança climática COP30 em Belém em 2025.

Nos últimos dois anos, as emissões de CO2 nos dois biomas caíram 400 milhões de toneladas, segundo o Inpe.

"Essa redução do desmatamento no Cerrado e na Amazônia é fruto de uma nova compreensão, de que nós estamos fazendo [...] uma política de Estado [...] no contexto em que o problema da mudança do clima já é uma realidade avassaladora no Brasil" e em outros países como a Espanha, disse Marina Silva, que participará na próxima semana da COP29 em Baku, no Azerbaijão.

"Os números são um trunfo do país e uma vitória para Lula [...] no dia em que o resultado da eleição americana põe o regime climático multilateral em xeque", indicou em nota a rede de entidades ambientalistas Observatório do Clima, em referência à vitória eleitoral de Donald Trump, um negacionista da mudança climática.

Ponto de não retorno

Para Mariana Napolitano, diretora de estratégia no Brasil do Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês), a redução do desmatamento é uma "boa notícia", mas deve ser mantido e acelerado, no contexto dos eventos extremos que afetaram o Brasil, como as inundações no Rio Grande do Sul e os incêndios em várias regiões do país.

"Precisamos reflorestar parte do que foi destruído nas últimas décadas, especialmente no caso da Amazônia, que avança rumo ao ponto de não retorno, perdendo sua capacidade de regeneração", alertou.

Prejudicada por atividades como a pecuária extensiva e o garimpo ilegal, a maior floresta tropical do mundo caminha, segundo os cientistas, para o ponto de não retorno, a partir do qual passará a emitir mais carbono do que absorve, agravando a mudança climática.

Após assumir seu terceiro mandato em janeiro de 2023, Lula se comprometeu a zerar o desmatamento no Brasil até 2030.
Seu antecessor Jair Bolsonaro foi alvo de críticas internacionais, pois o desmatamento avançou 75% durante a sua gestão em relação à média da década anterior.

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