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Além da Taylor Swift: jatinhos americanos são os maiores responsáveis por emissões, diz estudo

Pesquisa revela que aviação privada emitiu 19,5 milhões de toneladas de gases em 2023, com 18 dos 20 aeroportos mais poluentes localizados nos Estados Unidos

Jatinhos Falcon, da Dassault (Divulgação)

Jatinhos Falcon, da Dassault (Divulgação)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 30 de junho de 2025 às 10h00.

Quando Taylor Swift decola em seu jato particular para mais um show, ou quando o CEO da Starbucks, Brian Niccol, cruza o país em uma aeronave privada, eles não estão apenas viajando — estão contribuindo para um fenômeno ambiental que vai muito além do glamour das celebridades.

A International Council on Clean Transportation decidiu quantificar precisamente o impacto ambiental da aviação privada. A pesquisa utilizou dados de trajetória de voo combinados com modelos de emissões para mapear, pela primeira vez, a contribuição específica de aeroportos e países para as emissões globais.

Em 2023, jatos particulares emitiram até 19,5 milhões de toneladas métricas de gases de efeito estufa globalmente. Para colocar isso em perspectiva: é mais poluição do que todos os voos comerciais que saíram do Aeroporto de Heathrow, o hub mais movimentado da Europa, em um ano inteiro.

Dan Rutherford, diretor sênior de pesquisa do grupo, explica a importância desta análise: "É bastante conhecido que, em um ano típico, jatos particulares são responsáveis por cerca de 2% das emissões da aviação. O que fizemos pela primeira vez foi, basicamente, usar dados de trajetória de voo para detalhar as contribuições individuais de aeroportos e países."

Os dados revelam uma concentração significativa da aviação privada nos Estados Unidos. Aeronaves partindo do país representaram 65% dos voos de jatos particulares globais e 55% de todas as emissões relacionadas em 2023.

Emissões de CO2

A disparidade fica evidente quando analisamos os números per capita. Nos Estados Unidos, há 687 voos de jatos particulares para cada 10 mil pessoas. Em comparação, no Reino Unido são 117 voos e na França, 107. Somente dois estados americanos — Flórida e Texas — geraram 543.815 voos, superando toda a União Europeia. O estudo identificou 22.749 jatos particulares por número de cauda único, que operaram mais de 3,57 milhões de voos durante o ano analisado.

Entre todos os aeroportos analisados, um se destacou de forma particular: Van Nuys, em Los Angeles. "Isso está ganhando muita visibilidade porque é de onde as celebridades e influenciadores estão viajando", afirma. Dos 20 aeroportos mais poluentes para uso de jatos particulares, impressionantes 18 estão nos Estados Unidos.

A maioria desses voos poluidores são viagens de curta distância, com duração inferior a duas horas. Essas viagens representam cerca de um terço da produção anual de carbono da aviação privada. Por que viagens curtas são tão problemáticas? Colin Murphy, do Instituto de Estudos de Transporte da Universidade da Califórnia em Davis, explica: "Com aeronaves menores e privadas, você não tem tantos passageiros para distribuir as emissões, então perde algumas economias de escala."

Aviação e mudanças climáticas

Além disso, os aviões queimam uma quantidade significativa de combustível durante a decolagem e subida para altitude, tornando essas viagens proporcionalmente mais ineficientes. É como usar um carro para ir à padaria da esquina — funcionalmente possível, mas ambientalmente questionável.

Os números de comparação são devastadores. Jatos particulares geram entre cinco e 14 vezes mais emissões de gases de efeito estufa por passageiro do que aviões comerciais. Quando comparados com trens percorrendo a mesma distância, a diferença salta para 50 vezes mais emissões.

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