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À medida que a COP30 se aproxima, cresce a pressão sobre o setor privado para que se posicione de forma ativa na transição climática (Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 13 de agosto de 2025 às 17h56.
"A Amazônia não precisa ser salva. Ela precisa ser respeitada e escutada." A frase de Juliane Souza, coordenadora de comunicação e marketing do Sistema B, reflete uma visão que cresce entre especialistas e ativistas: a floresta deve ser tratada com o devido respeito e não como um problema a ser respeitado. Nessa direção, a Profile, agência de sustentabilidade, lança o projeto Agenda30, uma plataforma estratégica para conectar empresas a ações reais de impacto ambiental na Amazônia.
Com a realização da COP30 em Belém, prevista para novembro de 2025, a Amazônia se posiciona como o centro das discussões globais sobre o clima. Espera-se que o evento, o primeiro da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas a ser realizado na região amazônica, atraia 60 mil participantes e gere investimentos de R$4,7 bilhões. Nesse cenário, a Profile aposta na iniciativa para ajudar as empresas a se conectarem a soluções tangíveis que beneficiem tanto a floresta quanto as comunidades locais.
O Agenda30 foca em proporcionar uma plataforma de imersão em territórios amazônicos, campanhas de letramento climático e a realização de eventos com foco no clima. Rodrigo Cunha, CEO da Profile, conversou com a EXAME e explica a estratégia. "Agenda30 é a resposta da nossa trajetória em sustentabilidade 2013, quando escolhemos só trabalhar com geração de impacto positivo e ESG. Pensamos em oferecer um meio para que o setor privado possa conversar, aprender, trocar ideias e contatos. Esse evento, como o TEDxAmazônia, é uma oportunidade de conectar todos na agenda da transição climática."
Um grande vazio de saúde: o desafio de atendimento médico em quilombo isolado no ParáA inclusão das comunidades locais, especialmente os povos indígenas, nas soluções sustentáveis é uma prioridade do Agenda30. "A Amazônia não precisa ser salva. Esse termo não nos representa e não representa a demanda hoje da floresta", afirma Juliane Souza, executiva quilombola. A Profile, ao focar no impacto direto nas comunidades, busca unir o desenvolvimento que respeite os saberes tradicionais e o apoio a preservação da floresta de maneira sustentável.
O trabalho passa ainda por conectar diferentes atores, como empreendedores, startups, grandes empresas e organizações do terceiro setor na busca por soluções possíveis e escaláveis para o bem-estar da floresta.
À medida que a COP30 se aproxima, cresce a pressão sobre o setor privado para que se posicione de forma ativa na transição climática. A realização do evento na Amazônia coloca as empresas sob os holofotes, exigindo que suas ações sejam concretas e que, de fato, contribuam para soluções sustentáveis. Para Rodrigo Cunha, a COP30 representa uma oportunidade única para as marcas mostrarem seu compromisso com o meio ambiente.
Flora Bitancourt, líder da World Climate Foundation no Brasil, também sublinha a importância das agendas preparatórias para garantir avanços reais: "Todas as agendas pré-COP são essenciais para chegarmos à COP dando novos passos, deixando para discutir no evento tudo que for essencial para conter o avanço das mudanças do clima", afirma. Para ela, o engajamento das empresas antes da conferência será decisivo para que as soluções climáticas propostas realmente gerem resultados a longo prazo.