ESG

Acionistas da Shell aprovam plano climático criticado por ambientalistas

O plano estabelece metas de redução, mas não estipula o abandono dos hidrocarbonetos, que respondem pela maior parte dos lucros do grupo

 (Toby Melville/Reuters)

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AFP

Publicado em 18 de maio de 2021 às 15h49.

Última atualização em 18 de maio de 2021 às 16h04.

Os acionistas do grupo Royal Dutch Shell aprovaram, nesta terça-feira, 18, a estratégia climática da empresa, criticada por ONGs ambientalistas, que tem como objetivo reduzir a dependência de petróleo e gás até alcançar a neutralidade de carbono em 2050.

O plano estabelece metas de redução, mas não estipula o abandono dos hidrocarbonetos, que respondem pela maior parte dos lucros do grupo, apesar da Agência Internacional de Energia (AIE) estimar que o setor deve parar todos os novos projetos de exploração para manter o aquecimento global sob controle.

Durante uma reunião da direção do grupo anglo-holandês, quase 89% dos acionistas aprovaram o plano, segundo um comunicado publicado após o encontro.

Outra resolução, apresentada pela organização ecologista Follow This, que pedia à Shell metas mais ambiciosas em termos de meio ambiente, recebeu o apoio de quase 30% dos votos.

A administração da empresa pediu a seus acionistas que votassem contra esta segunda resolução, chamando-a de "redundante".

O Greenpeace considerou que o apoio dado à resolução Follow This, mais que o dobro do ano passado, "mostra a falta de confiança no plano climático caótico da Shell".

Recordou ainda que o grupo energético quer aumentar em 20% sua produção de gás até 2030 e pediu ao governo britânico que proíba novos projetos de petróleo e gás.

A Shell revelou detalhes de sua estratégia para se tornar neutra em carbono em fevereiro, investindo em novas energias e reduzindo sua dependência do petróleo.

O grupo planeja reduzir sua produção de petróleo entre 1% e 2% ao ano. A Shell havia dito anteriormente que sua produção de petróleo atingiria o pico em 2019, antes que a pandemia atingisse o mercado de petróleo.

Além disso, visa reduzir gradativamente sua intensidade líquida de carbono, ou seja, as emissões de CO2 sobre o total de energia produzida, entre 6% e 8% até 2023, 20% até 2030, 45% até 2035 e totalmente (100%) até 2050, incluindo nesse cálculo a compensação por meio de mecanismos de captura.

Esses sistemas são muito criticados pelas ONGs porque não se traduzem em uma redução real das emissões, mas sim no financiamento de projetos verdes para equilibrar a contabilidade.

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