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A universalização da energia elétrica foi construída ao longo dos anos no país, e começou a tomar forma em 2003, com o programa “Luz para Todos”. (Getty Images/Getty Images)
Colunista
Publicado em 23 de dezembro de 2024 às 17h00.
Você já pensou na facilidade com que a eletricidade chega até sua casa? Basta apertar um interruptor e a luz aparece num piscar de olhos. Parece tão natural que talvez você nem se pergunte de onde vem essa energia e o quão acessível ela é. Segundo o Ministério de Minas e Energia, no Brasil o acesso à eletricidade alcança surpreendentes 99,8% da população.
Para muitos, a universalização é um dado curioso, quase como uma estatística que passa despercebida. Afinal, com quase todos os brasileiros conectados à rede elétrica, seria fácil pensar que é simples o processo para fazer com que a energia produzida por uma usina chegue às casas de toda a população.
A universalização da energia elétrica foi construída ao longo dos anos no país, e começou a tomar forma em 2003, com o programa “Luz para Todos”. O projeto levou eletricidade a lugares que antes estavam isolados dos benefícios que a energia traz. Anteriormente, o programa “Luz no Campo”, lançado em 1999, já havia iniciado a tarefa de conectar áreas rurais ao sistema elétrico, focando na melhoria da infraestrutura e no acesso à energia em regiões mais distantes do Brasil. Com essas iniciativas, o país começou a reduzir as disparidades entre as áreas urbanas e rurais, garantindo que mais brasileiros tivessem acesso a atividades que dependem da eletricidade.
Porém, quando comparado ao resto do mundo, o contraste é grande. Em várias partes das regiões do hemisfério sul, principalmente na África, a situação é bem diferente. No Chade, localizado no Centro-Norte da África, apenas 7,8% da população tem acesso à energia elétrica. Países como Nigéria e República Democrática do Congo também enfrentam obstáculos para alcançar a meta.
Saiba o nível de acesso à energia elétrica de alguns países ao redor do mundo, segundo a Agência Internacional de Energia:
De acordo com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 7 da ONU, a garantia do acesso à energia barata, confiável, sustentável e renovável é um direito de todos. Porém, na prática, as discrepâncias no setor ainda ocorrem. Elas não refletem apenas a falta investimento em tecnologia, mas também em carência de fatores geográficos, políticos e econômicos. A falta de infraestrutura básica, como redes de distribuição e usinas, torna o custo de eletrificação muito elevado. Além disso, em algumas regiões, conflitos e instabilidade política dificultam os investimentos para o desenvolvimento do setor.
A experiência do Brasil mostra que, com políticas bem direcionadas, é possível transformar o acesso à energia em uma realidade para quase todos. No entanto, o caminho para a universalização global da eletricidade é longo e repleto de desafios. A desigualdade social mostra que, por mais que boa parte da população brasileira esteja conectada, muitos ainda vivem às escuras. A universalização da energia, afinal, não é apenas uma questão de acesso, mas também um direito social.