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Cultivo de abacate no México tem causado danos ambientais irreversíveis (ThinkStock/Thinkstock)
Associado a um estilo de vida mais saudável, o consumo de abacate tem também consequências desastrosas para o meio ambiente. De acordo com o Fórum Econômico Mundial, o cultivo do fruto no México pode estar até mesmo causando pequenos terremotos nos arredores de Michoacán, principal estado produtor de abacate no país.
Hoje, o México é o principal produtor de abacate no mundo. O estado de Michoacán, por exemplo, é responsável pela metade da safra global do produto. Segundo a Unesco, a quantidade de água despendida anualmente nas plantações do fruto na região equivalem a 3.800 piscinas olímpicas por dia. A quantidade exorbitante de água extraída dos aquíferos - ou reservatórios subterrâneos naturais de água - de Michoacán tem criado cavernas no subsolo que são capazes de gerar pequenos tremores de terra.
Segundo o Fórum, autoridades locais relacionaram cerca de 3.247 movimentos sísmicos no município de Uruapan, principal área de produção de abacate no mundo, entre 5 de janeiro a 15 de fevereiro de 2020.
Visto como uma tendência crescente, o consumo de abacate também está colaborando com as mudanças climáticas. A demanda desproporcionalmente grande pela fruta está criando um efeito dominó na vegetação nativa do México: a área para a plantação de abacate em Michoacán tem proporções similares a quase 200 mil campos de futebol e, para chegar a essa extensão, a agricultura se apropria de desmatamento e queimadas ilegais - práticas nocivas ao meio ambiente.
Uma pesquisa da Universidade Nacional Autônoma do México Campus Morelia identificou um aumento da temperatura local da região produtora de Michoacán. O estudo também diz que o estado tende a ser cada vez mais quente e seco, com aumento das chuvas irregulares e maior força de ciclones.
Os impactos negativos das práticas comuns ao comércio do abacate motivam ativistas a exigirem novas certificações para os produtores do fruto no país. Os grupos pedem por novas leis e garantias de que o fruto foi cultivado de forma sustentável. Para isso, o ideal é que haja uma cadeia de monitoramento e padrões de certificação internacionais, segundo o WEF.