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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy (de frente), chegou de surpresa ao encontro do G7, em Hiroshima, no Japão (EUGENE HOSHIKO/POOL/AFP/Getty Images)
Editor ESG
Publicado em 22 de maio de 2023 às 17h09.
A chegada “de surpresa” do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, à reunião do G7, encerrada neste domingo, 21, em Hiroshima, no Japão, dominou as atenções – ainda mais depois do “desencontro” que frustrou uma esperada reunião entre o líder ucraniano e o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. A cúpula dos países ricos e seus convidados, no entanto, não foi só sobre guerra. A crise climática também teve seu espaço, ainda que ofuscado.
O encontro marca o início de uma série de discussões que envolvem, entre outros assuntos, os esforços para conter as mudanças climáticas, como afirma o Fórum Econômico Mundial, sendo o próximo a reunião do G20, a ser realizada em setembro em Nova Delhi, na Índia. Para a entidade, a cúpula do G7 foi palco de ações relevantes, com implicações abrangentes para os esforços de descarbonização da economia.
A carta final divulgada pelo grupo trouxe a seguinte declaração:
“Reforçamos nosso compromisso, no contexto de um esforço global, de acelerar a eliminação ininterrupta de combustíveis fósseis, de modo a atingir zero emissões líquidas nos sistemas de energia até 2050, o mais tardar, de acordo com as trajetórias necessárias para limitar as temperaturas médias globais a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais e conclamamos outros a se juntarem a nós na mesma ação."
Para o Fórum, essa é declaração mais forte dada até agora, por líderes dos países desenvolvidos, em relação a eliminar os combustíveis fósseis. Ela contrasta, inclusive, com as declarações dadas na COP27, a conferência do clima da ONU, consideradas brandas.
“Também precisamos acelerar significativamente a implantação de energias renováveis e o desenvolvimento e implantação de tecnologias de próxima geração. O G7 contribui para expandir a energia renovável globalmente e reduzir os custos ao fortalecer a capacidade, inclusive por meio de um aumento coletivo na capacidade eólica offshore de 150 GW até 2030, com base nas metas existentes de cada país e um aumento coletivo da energia solar fotovoltaica para mais de 1TW até 2030."
Uma recente análise da Agência Internacional de Energia Renovável concluiu que, no ritmo atual, a adição de capacidade de geração renovável, incluindo todas as fontes, é insuficiente para atingir a descarbonização necessária para manter o aumento da temperatura em 1,5°C. O compromisso divulgado, diz o Fórum, coloca os esforços em linha com a avaliação da agência.
Adicionalmente, os países desenvolvidos se comprometeram a expandir para além da eólica e solar, incluindo hidrelétricas, biomassa, biometano e outras tecnologias.
A novidade nesse aspecto é a entrada de Japão, Estados Unidos e Itália no compromisso de acabar com a poluição plástica até 2040. Os outros países do G7 – Alemanha, França, Canadá e Reino Unido – já estavam comprometidos, além da União Europeia.
O objetivo será alcançado pela “promoção, o consumo e a produção sustentáveis de plásticos, aumentando a sua circularidade na economia e uma gestão ambientalmente correta dos resíduos”, diz a carta.
As ações incluem “reduzir o consumo de plásticos de uso único, plásticos não recicláveis, bem como plásticos com aditivos nocivos, por meio de medidas como a eliminação gradual quando possível e a redução de sua produção e consumo; aplicar ferramentas para internalizar os custos atribuíveis à poluição plástica; e reduzir as fontes, caminhos e impactos dos microplásticos.”