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A cura do capitalismo está nas empresas

Raj Sisodia, membro fundador do Movimento Capitalismo Consciente, e Pedro Paro, fundador da Humanizadas, falaram sobre o capitalismo consciente no Especial Mês do ESG de EXAME

Professor Raj Sisodia (HSM/Divulgação)

Professor Raj Sisodia (HSM/Divulgação)

André Barros
André Barros

Jornalista

Publicado em 12 de junho de 2023 às 14h56.

A humanidade está vivendo a melhor época da história para se estar vivendo: os avanços tecnológicos criaram a perspectiva de uma vida longa e plena. Por outro lado a iminência de ameaças à nossa própria existência, como a mudança climática e o risco de novas pandemias, aliado a divisões nas sociedades e o surgimento de tecnologias arriscadas como a inteligência artificial, colocam a época atual também como uma das piores para se estar vivo, de acordo com o professor Raj Sisodia, membro fundador do Movimento Capitalismo Consciente, que acredita estarmos caminhando para a quinta maior extinção em massa da história do planeta Terra.

Em apresentação durante o especial Mês do ESG, promovido por EXAME durante todo o mês de junho, o professor alerta também para o que julga ser a única solução: a cura. Ele trouxe alguns exemplos de seu livro “The Healing Organization: Awakening the Conscience of Business to Help Save the World”, que defende que as companhias podem ser protagonistas no processo de cura da humanidade.

Segundo Sisodia, as segundas-feiras são os dias com maior incidência de ataques cardíacos. Por ano, 120 mil norte-americanos e 600 mil chineses morrem em decorrência do guolaosi, um termo criado para definir a morte por tanto trabalhar. Não precisa ser dessa maneira, de acordo com o professor, que acredita que os negócios, ao olhar de uma forma mais humana para seus funcionários, a comunidade, a sociedade, pode ser transformador para o bem.

“A cura para mim é reduzir o sofrimento, trazer mais alegria e promover um crescimento mais saudável. Mas não a compulsão por crescer por obrigação”.

Ele exemplificou com algumas histórias que gestores transformaram as suas companhias ao olhar para seus funcionários. E relacionou a maior lucratividade com o clima positivo dentro das empresas.

Medindo o ESG

Pedro Paro, fundador e CEO da Humanizadas, startup que desenvolveu, a partir de uma tese de doutorado sua, o primeiro rating de ESG brasileiro, apresentou as métricas e os caminhos para que as empresas sigam em busca das boas práticas do ESG e caminhar para o capitalismo consciente defendido por Sisodia.

Ao todo mais de 500 empresas no Brasil e 250 no Exterior já foram avaliadas pela startup. E, segundo ele, as que apresentam melhores índices no rating são, também, as que alcançam maior lucro – embora tanto Paro como Sisodia defendam que o lucro não deve ser o único caminho, que é consequência dos impactos positivos gerados pelas práticas.

“Nós temos que começar a falar de empresas que geram retorno positivo para todos os seus stakeholders, seja público interno, seja público externo”, afirmou o CEO da Humanizadas.

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