ESG

Startup de Jessica Alba sai da lona e levanta R$ 2 bilhões em IPO

Honest Company, empresa de produtos para bebês e limpeza fundada pela ex-atriz, realiza IPO e levanta R$ 2 bilhões, avaliada em cerca de R$ 6 bilhões

Jessica Alba e os produtos da Honest Company: jornada longa e tumultuada rumo ao IPO (Theo Wargo/Getty Images)

Jessica Alba e os produtos da Honest Company: jornada longa e tumultuada rumo ao IPO (Theo Wargo/Getty Images)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 5 de maio de 2021 às 08h22.

Última atualização em 5 de maio de 2021 às 13h52.

A jornada foi longa e tumultuada. Mas a ex-atriz Jessica Alba, estrela de produções aclamadas como “O Quarteto Fantástico” e “Sin City”, conseguiu tornar sua empresa de produtos de consumo pública. Na noite desta terça-feira, 5, a Honest Company, criada por Alba em 2011, realizou seu IPO na Nasdaq e levantou 413 milhões de dólares, o equivalente a mais de 2 bilhões de reais.

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O propósito da Honest é oferecer alternativas mais “naturais” aos consumidores de produtos como fraldas, detergentes de uso geral, shampoos, vitaminas, entre outros bens de consumo utilizados no dia a dia. A inspiração para a criação da companhia veio da própria gravidez de Alba, em 2008. Com dificuldade em encontrar produtos para seu bebê que fossem amigáveis ao meio ambiente, ela decidiu produzir por conta própria. E foi um sucesso.

Alba já falava em abrir o capital da empresa em 2014. Logo depois, levantou 100 milhões de dólares em uma rodada de investimentos em que a Honest foi avaliada em 1,7 bilhão de reais. Na mesma época, a gigante Unilever apareceu como candidata a adquirir a empresa. As negociações não avançaram e, em pouco tempo, Alba e a Honest passariam por uma série de contratempos que jogaram um balde de água fria nas pretensões da atriz.

A partir de 2017, a empresa viveu uma espécie de inferno astral. Inicialmente, ela teve de fazer um recall do seu talco orgânico para bebês pela possível presença de micro-organismos causadores de infecção. Em seguida, precisou recolher algumas de suas fraldas pela possibilidade, ainda que remota, segunda a empresa, de formação de mofo. O mais grave, no entanto, foi um processo coletivo movido contra a companhia por desinformação em relação aos ingredientes presentes nos produtos. A empresa perdeu 700 milhões de dólares em valor de mercado, na época.

O início da recuperação veio com a contratação de um novo CEO, Nick Vlahos. Ele deu início a um processo de reformulação que cortou postos de trabalho, reformulou 90% dos produtos e abandonou o modelo de venda direta. As mudanças ajudaram a empresa a aumentar suas margens, porém, a Honest ainda apresenta números modestos em comparação a seus competidores de maior porte, inclusive.

Enquanto a empresa de Alba segue avaliada na casa do um bilhão e meio de dólares, o mesmo que há cinco anos, a Estée Lauder, de cosméticos, viu seu valor de mercado mais do que triplicar. Mesmo a Unilever, uma gigante multinacional, cresceu 30% em valor, no mesmo período.

O bem-sucedido IPO, no entanto, não apaga as dúvidas em relação ao futuro da companhia. A Honest, que registrou prejuízo de 14,5 milhões de dólares no ano passado, nunca foi lucrativa em 10 anos de existência. Para quem entrou na Honest durante o pico de avaliação em 2015, como os fundos IVP e AllianceBernstein, ainda há um caminho difícil a ser percorrido para recuperar o investimento.

Já para Alba, que anunciou o fim de sua carreira de atriz neste ano, a distância até o primeiro bilhão, que parecia curta há cinco anos, hoje se mostra quase impossível. Sua participação na Honest, que já valeu quase 500 milhões, hoje vale 90 milhões de dólares.

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