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80% dos anfíbios do Pantanal podem perder habitat até 2100, diz estudo

Cenário na bacia do Alto Paraguai é ainda mais preocupante, com a chance da perda de biodiversidade atingir 99% das espécies semiaquáticas

Baixa efetividade das áreas de proteção ambiental existentes prejudica cenário (AFP Photo/AFP Photo)

Baixa efetividade das áreas de proteção ambiental existentes prejudica cenário (AFP Photo/AFP Photo)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 08h00.

Um estudo publicado no Journal of Applied Ecology revela um cenário preocupante para a biodiversidade do Pantanal brasileiro. De acordo com a pesquisa, mais de 80% das espécies de anfíbios da região devem ter seus habitats reduzidos drasticamente até 2100, em consequência direta das mudanças climáticas.

O diagnóstico é ainda mais alarmante quando se analisa a Bacia do Alto Paraguai, onde a perda de espécies semiaquáticas pode atingir 99% da área. A situação é agravada pela baixa efetividade das áreas de proteção ambiental existentes, que cobrem apenas 6% da região e protegem menos de 5% da distribuição geográfica dos anfíbios.

"As demais áreas foram estabelecidas há muito tempo, quando ainda não havia estudos suficientes, sendo escolhidas por sua beleza ou ancestralidade. Não levaram em consideração as espécies que estavam protegendo", explica Matheus Oliveira Neves, autor do estudo desenvolvido por pesquisadores das universidades federais da Paraíba (UFPB), de Mato Grosso (UFMT) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A pesquisa, que analisou dados de 73 unidades de conservação, revelou que somente 13,7% das áreas protegidas existentes apresentam desempenho superior a áreas escolhidas aleatoriamente na proteção de anfíbios, com a maioria sendo terras indígenas.

Proteção da biodiversidade

Uma possível saída para este cenário está alinhada com o Quadro Global de Biodiversidade Pós-2020, conhecido como Meta 30×30, que propõe expandir as áreas protegidas de 17% para 30% das superfícies de terra, mar e águas interiores até 2030.

"Se implementada, a meta poderia garantir a proteção de quase 50% da área de ocorrência dos anfíbios no Pantanal, um avanço 10 vezes superior à proteção oferecida pela rede atual de áreas protegidas", destaca Mario R. Moura, autor sênior do estudo.

Os pesquisadores identificaram as regiões norte e oeste do Pantanal, especialmente áreas de altitude nas transições com o Cerrado brasileiro, e a região sul, próxima ao Chaco paraguaio, como locais prioritários para a expansão das áreas de conservação.

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