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Os planos de adaptação às mudanças climáticas são quase uma raridade entre as regiões brasileiras: 48% dso Estados não possuem a previsão de criar um (AFP Photo)
Repórter de ESG
Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 17h58.
Última atualização em 30 de janeiro de 2025 às 18h10.
Nesta quinta-feira, 30, foi lançado o primeiro Anuário Estadual de Mudanças Climáticas do Brasil. A publicação, organizada pelos Instituto Clima e Sociedade e Centro Brasil no Clima, busca analisar como as 27 unidades federativas estão preparadas para gerir os crescentes eventos extremos do meio ambiente e clima.
O evento de lançamento contou com a participação do embaixador André Corrêa do Lago, que na última semana foi nomeado presidente da Conferência do Clima de Belém. Lago comentou sobre a aproximação da COP30, que chamou de “COP da realidade”. De acordo com o embaixador, a Conferência também tem o poder de melhorar a vida da população, a economia do país e as várias dimensões ambientais com as quais o Brasil sofre atualmente.
“Estou convencido de que o Brasil é o país em desenvolvimento que mais pode se beneficiar dessa agenda. O custo da transição energética para o país será muito mais baixo aqui do que para a maioria dos outros países. Temos consciência de que desafios existirão em todas as nações, mas as oportunidades são muito maiores”, disse.
Organizações reagem à escolha de André do Lago como presidenteSegundo Corrêa, durante a Conferência, o país poderá mostrar aos demais suas soluções diferentes e inovadoras para os desafios climáticos. O embaixador ainda discursou sobre o impacto das medidas e decretos do presidente americano, Donald Trump, na agenda climática global. “Precisamos conquistar novamente o público para essa agenda”, diz.
“No entanto, estados e municípios terão um papel essencial nisso, inclusive no diálogo com os Estados Unidos, onde alguns locais continuarão seguindo o Acordo de Paris. Portanto, há novas possibilidades e dimensões que podemos aproveitar em Belém no fim deste ano”, contou.
De acordo com o Anuário, que levantou as principais informações sobre a preparação dos estados para responder aos eventos climáticos extremos, apenas 11% deles não contam com Políticas Estaduais de Mudanças Climáticas finalizadas. São eles: Amapá, Minas Gerais e Rio Grande do Norte. Os locais possuem planos em elaboração, revisão ou ainda previstos.
Quanto às suas estratégias estaduais para enfrentamento das mudanças climáticas, o número cai ainda mais. Seis estados possuem planos em elaboração ou previsão: Acre, Amapá, Ceará, Paraíba, Piauí e Sergipe, enquanto outros seis não possuem a estratégia: Bahia, Maranhão, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Santa Catarina.
São apenas 17 estados que já apresentaram planos de contingência para a Defesa Civil, ou seja, 37% não apresentam o material completo. Dois (Rio Grande do Sul e Roraima) ainda desenvolvem a estratégia, enquanto oito não contam com a estratégia: Bahia, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Rio Grande do Norte e Santa Catarina.
Quase 60% das regiões não possuem inventários estaduais de emissões de gases de efeito estufa: Alagoas, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Pará, Piauí, Rio Grande do Sul e Tocantins desenvolvem sua estratégia, enquanto Amapá, Amazonas, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e Sergipe não têm previsão de criação.
Mitigar as emissões está nas metas de apenas 51% dos estados: quatro deles desenvolvem seus planos (Alagoas, Amapá, Piauí e Tocantins), enquanto outros nove não apresentam a estratégia. São eles: Bahia, Ceará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe.
Os planos de adaptação às mudanças climáticas são quase uma raridade entre as regiões brasileiras: 48% dos estados não possuem a previsão de criar um, sendo eles Amazonas, Bahia, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe. Outros 22% desenvolvem seus planos: Alagoas, Amapá, Ceará, São Paulo, Tocantins e Pernambuco.
O Anuário ainda informou que apenas dez estados brasileiros são elegíveis para REDD+: Acre, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Bahia, Distrito Federal e Amapá.