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Repórter colaborador
Publicado em 9 de maio de 2024 às 13h34.
Última atualização em 9 de maio de 2024 às 13h38.
A Terra está caminhando para um nível perigoso de aquecimento global. A este ritmo, o planeta acabará perdendo a capacidade de fornecer condições necessárias para sustentar a sobrevivência humana, segundo estudos científicos.
Muitas das indústrias que contribuem para essa piora climática, como empresas petrolíferas e o complexo militar-industrial dos EUA, se movimentam lentamente para mitigar os efeitos do aquecimento global.
Diante desse quadro de crise, há um ponto positivo: o think tank climático Ember observou, num relatório divulgado quarta-feira, que 30% da produção de energia mundial foi gerada de fontes renováveis, um recorde. As constatações foram publicadas pelo Quartz.
“Na verdade, a expansão da capacidade limpa teria sido suficiente para provocar uma queda nas emissões globais do setor energético em 2023”, afirma o relatório. “No entanto, a seca levou à menor utilização das hidrelétricas em cinco anos, tendo de compensar esse déficit com o uso de fontes sujas, como o carvão. No entanto, as últimas previsões dão confiança de que 2024 dará início a uma nova era de queda na produção fóssil, marcando 2023 como o provável pico das emissões do setor energético.”
Grande parte do crescimento das energias renováveis veio da expansão da energia solar e eólica liderada pela China – essas categorias aumentaram 23% e 10% em todo o mundo, respetivamente. Embora o uso de combustíveis fósseis também tenha aumentado no ano passado (0,8%), o think thank acredita que esse número diminuirá no futuro próximo.
A CTO da empresa Ceres Power, responsável por desenvolver tecnologias de energia limpa, expressou sua preocupação em relação ao uso de energia ligado à inteligência artificial. Em um encontro chamado IOT: Powering the Digital Economy, Caroline Hargrove afirmou: "O que me assusta é o consumo de energia se você está utilizando o ChatGPT."
A inquietação da executiva tem razão de ser. Um relatório da Agência Internacional de Energia publicado em janeiro apontou que, enquanto uma busca média no Google usa 0,3 watt-hora de energia, a resposta a um prompt no ChatGPT gasta 2,9 watt-hora.
O levantamento indicou ainda que, até 2026, espera-se que o crescimento da indústria de IA impulsione a demanda de eletricidade para dez vezes a que foi em 2023.
"Por mais que eu seja uma grande fã de usar dados para otimizar tudo, deveríamos usá-los para reduzir o nosso consumo", reiterou Hargrove.