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2 mil ativistas pelo clima foram assassinados na última década -- e Brasil lidera lista

Só no país, foram mais de 401 casos reportados de morte de ativistas brasileiros, seguido pelas Filipinas, com 298 mortes

No Sul Global, grupos indígenas e trabalhadores são os principais responsáveis pelas manifestações (Victor Moriyama/Getty Images)

No Sul Global, grupos indígenas e trabalhadores são os principais responsáveis pelas manifestações (Victor Moriyama/Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 9 de janeiro de 2025 às 12h05.

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Ao passo que as mudanças climáticas se tornam mais extremas e agressivas ao longo dos anos, mais e mais protestos sobre o clima e meio ambiente passaram a acontecer em todo o mundo. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Bristol, a repressão e a criminalização dessas manifestações se tornaram uma tendência global ao longo da década de 2010.

Entre 2012 e 2023, a pesquisa avalia que mais de 2000 defensores ambientais foram assassinados, sendo o Brasil o maior concentrador desses casos. Foram ao todo 401 casos reportados de mortes de ativistas brasileiros, seguido pelas Filipinas, com 298 mortes, Índia, com 86 casos, e o Peru, com 58 ocorrências.

A violência policial foi apontada como uma tendência na última década, ocorrendo em 3% dos protestos na média global. No Peru, a taxa chega a 6,5%, enquanto no Brasil marca 1,6% dos protestos.

A ocorrência de prisões também passou por um aumento ao longo dos anos. No Brasil, 0,6% dos protestos resultam em detenções, abaixo da média global, de 6,3%.

A repressão aos protestos difere muito em cada localidade, avalia o estudo. Na América Latina, especialmente no Peru e Brasil, os mobilizadores pelo clima e meio ambiente enfrentam maior violência policial e risco de agressões e assassinatos.

Na Europa e Oceania, como no Reino Unido, Noruega e Austrália, ativistas enfrentam com maior frequência consequências legais, como prisões e detenções. Na Austrália, um quinto de todos os protestos climáticos envolve prisões.

Atores na luta ambiental

A pesquisa ainda traça um perfil dos principais atores do ativismo ambiental e climático global: em países do Norte Global, o grupo Extinction Rebellion é o principal organizador dos protestos. Trata-se de um movimento que busca evitar o colapso do planeta, deter a perda da biodiversidade e o risco do colapso ecológico. No Reino Unido, 46% dos protestos foram organizados por este grupo.

Já no Sul Global, grupos indígenas e trabalhadores são os principais responsáveis pelas manifestações. No Brasil, 36% dos protestos ambientais conta com participação de povos tradicionais e originários. Na Uganda, grupos de trabalhadores e sindicatos são responsáveis por 28% dos atos.

Aumento dos protestos sobre clima e meio ambiente

Apesar dos desafios, a taxa de protestos sobre meio ambiente aumenta a cada ano em todo o mundo – mesmo que em ritmo lento. Em 2012, o total de protestos sobre o tema que aconteciam por mês no mundo era próximo de 0, taxa que aumentou para quase 1,5 em 2023. A proporção de protestos sobre meio ambiente entre os demais temas é próxima a 2% atualmente.

Mesmo crescimento lento é visto entre os protestos sobre o clima, que eram raros em 2012. Ao fim de 2023, esse número se aproximava de 4 protestos mensais. A proporção dos protestos sobre o clima também cresceu, representando 4% das manifestações populares em 2023, taxa que não passava de 1% em 2012.

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