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Voepass pode voltar a operar? Entenda a situação atual da companhia aérea

A empresa está impedida de voar desde 11 de março, após a Anac identificar falhas em seus sistemas de segurança e gestão

A Voepass afirma estar comprometida com o retorno, mantendo tratativas com a Anac e reforçando seu papel no desenvolvimento da aviação regional brasileira (Leandro Fonseca/Exame)

A Voepass afirma estar comprometida com o retorno, mantendo tratativas com a Anac e reforçando seu papel no desenvolvimento da aviação regional brasileira (Leandro Fonseca/Exame)

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Publicado em 17 de abril de 2025 às 18h42.

Última atualização em 17 de abril de 2025 às 18h54.

suspensão das operações da Voepass Linhas Aéreas, que já completou um mês, ainda não tem data para terminar. Desde 11 de março, a empresa está impedida de voar após a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) identificar falhas em seus sistemas de segurança e gestão. Embora a companhia tenha enviado informações e um plano corretivo à agência, a retomada das atividades depende da validação dessas medidas e da comprovação de que todas as não conformidades foram corrigidas.

A Anac confirmou que recebeu documentos da Voepass, mas ressaltou que a suspensão continua em vigor até a verificação completa das correções. Entre as exigências da agência estão mudanças no sistema de governança, medidas operacionais para ampliar a segurança e o cumprimento rigoroso dos regulamentos vigentes. A Voepass, por sua vez, afirma estar comprometida com o retorno, mantendo tratativas com a reguladora e reforçando seu papel no desenvolvimento da aviação regional brasileira.

Como parte do processo para reconquistar o Certificado de Operador Aéreo (COA), a empresa apresentou um plano com 29 ações corretivas. Entre as propostas estão o reforço da manutenção, com maior permanência das aeronaves em solo, uso de avião reserva, aumento do estoque de peças e retreinamento dos mecânicos. A Anac, no entanto, não estipulou prazo para avaliar o plano nem sinalizou uma data possível para a retomada dos voos.

A suspensão ocorreu após uma auditoria intensificada da Anac, motivada pelo acidente fatal em agosto de 2024, que matou 62 pessoas em Vinhedo (SP). O episódio agravou a crise da empresa e levou à reavaliação de sua estrutura operacional e financeira. A agência apontou descumprimento de acordos previamente firmados e falhas na governança como justificativa para a medida cautelar.

Demissões

Com a paralisação, a Voepass foi forçada a demitir parte significativa de sua equipe, incluindo tripulantes, pessoal de apoio e funcionários que atuavam em solo. O presidente da companhia, José Luiz Felício Filho, comunicou os desligamentos por e-mail, afirmando que a decisão foi “inevitável” diante da suspensão das operações e do impacto no caixa da empresa, que já enfrentava um processo de reestruturação financeira.

Atualmente, a empresa negocia as questões trabalhistas com os sindicatos e afirma que busca preservar o máximo de empregos possível. Ao todo, a Voepass operava 15 rotas com seis aeronaves e realizava cerca de 146 voos mensais a partir do aeroporto de Ribeirão Preto (SP), sede da companhia.

Mesmo sem voos, a Voepass conseguiu manter os slots nos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, em São Paulo, após decisão da Anac no fim de março. Esses espaços para pousos e decolagens continuam sob controle da empresa, que conseguiu evitar a redistribuição imediata a outras companhias. No entanto, a manutenção desses slots está condicionada ao desempenho futuro da empresa em critérios de regularidade operacional, sem concessões ou isenções por parte da agência.

A crise também evidenciou atritos comerciais com a Latam, parceira em acordo de codeshare. A Anac notificou a Latam para oferecer soluções aos passageiros afetados – cerca de 106 mil – com alternativas como reacomodação ou reembolso. Segundo a companhia, 85% dos casos já foram resolvidos. No campo jurídico, segue em curso uma disputa pelo pagamento de R$ 34,7 milhões referentes ao contrato entre as duas empresas, hoje em arbitragem.

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