Tarcisio de Freitas. (EVARISTO SA / AFP/Getty Images)
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, anunciou investimentos de R$ 165,5 bilhões em obras em seu último ano à frente da pasta. Em encontro realizado em fevereiro, o ministro disse que o Brasil será “um canteiro de obras” em 2022. Durante a ocasião, ele também aproveitou para confirmar sua intenção de concluir o posto no ministério e se lançar candidato ao governo do Estado de São Paulo.
Tarcísio, que deve sair como candidato pelo Partido Liberal (PL), também deverá contar com o apoio do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o próprio ministro, o chefe de Estado pediu para que Freitas o ajudasse a governar a “locomotiva do país”.
Mesmo tendo sido integrante de administrações anteriores a de Bolsonaro, sendo inclusive diretor executivo do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) a convite da ex-presidenta Dilma Rousseff, o ministro não foi econômico ao criticar os antecessores de seu aliado, afirmando que o Brasil entrou numa nova fase após o fim das gestões petistas.
"A partir de 2016, saímos de um período anti-business para um período pró-business, e a infraestrutura começou a voar", disse para um grupo de lideranças e empresários do país. "De lá pra cá, aprovamos as reformas trabalhista e da previdência e o marco do saneamento, o que melhorou e vai continuar melhorando a vida, a qualidade ambiental e a economia de centenas de municípios brasileiros."
Considerado um dos principais expoentes técnicos do governo, o ministro admitiu que estava receoso em concorrer ao governo paulista. Foi convencido pela economista e ex-ministro Antônio Delfim Neto, por quem revelou ter grande admiração. “Professor, o presidente está me jogando aqui (em São Paulo).” Delfim, segundo ele, respondeu: “Acho que você tem que ir. E digo mais: você vai ganhar a eleição. Porque você tem o que mostrar. Você vai agregar muitos apoios”.
Freitas, que também é engenheiro formado pela Academia Militar dos Agulhas Negras, destacou as realizações da pasta nas áreas de óleo e gás, transportes, saneamento e energia, realizadas no último ano, e enfatizou os leilões realizados em estados do Norte do país que, segundo ele, trouxeram grande impacto positivo na região, gerando empregos e o aumento da qualidade ambiental.
Outro ponto citado pelo ministro foi o desenvolvimento da malha rodoviária. "[Antes] só o Estado podia fazer ferrovia. Mudamos a lei. Foi difícil. Recebemos 80 pedidos de autorização de 20 mil km de ferrovias no Brasil, que fez pouco mais de 28 mil desde os anos 1920", relatou. "Investimos centenas de milhões só em saneamento básico. De 2019 até aqui, fizemos 125 leilões nas áreas da infraestrutura. O crédito cresceu 20% na pandemia. E muito desse crédito foi dedicado a estados, municípios, micro e pequenas empresas. As razões que travavam o crescimento estrutural estão sendo desmontadas em pleno mar revolto".
Em São Paulo, o ministro disse que pretende atuar com mais energia nas áreas da infraestrutura, da saúde, da educação e da segurança. "O Estado está hoje nas mãos de uma facção criminosa, algo que não está sendo combatido, porque o combate traz efeitos colaterais. É uma decisão cômoda e covarde em relação à segurança da população." Ao ser perguntado sobre a forma como pretende atuar diante dos problemas do estado, Tarcísio foi conciso:” vamos fazer diferente. Atuar com criatividade e ousadia”.