(Amanda Perobelli/Reuters)
Dando sequência aos encontros com pré-candidatos ao governo de São Paulo, a Esfera Brasil realizou nesta terça (9) um jantar em torno do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, que concorre pelo Republicanos. O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, presidente do PSD, partido que indicou Felicio Ramuth a vice-candidato de Tarcísio, também participou do encontro. Kassab disse que Tarcísio é extremamente competente e um dos candidatos "mais leves que já carreguei em campanhas", por ser uma pessoa idônea.
Inicialmente, Tarcísio Freitas disse que a sua sensibilidade, especialmente com os mais vulneráveis, é a caraterística mais importante para uma boa administração pública, que independe, absolutamente, do fato dele ser carioca, e não paulista. Ele também acredita que os recursos do Estado mais próspero do Brasil podem ser orientados com mais eficiência e foco, principalmente na Infraestrutura, Segurança Pública, Saúde, Educação e no combate à pobreza.
Perguntado sobre sua relação com o presidente Jair Bolsonaro, ele respondeu que sua experiência de 17 anos nas Forças Armadas ensinou a importância da lealdade e da gratidão, que são características fundamentais da sua personalidade administrativa. E assegurou que o presidente estará em sua campanha e que "falará em alto e bom som" que é o candidato de Bolsonaro.
O ex-ministro também contou que quando o presidente Jair Bolsonaro (PL) sugeriu que concorresse ao governo paulista, ele consultou o ex-Ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento Delfim Netto, que o apoiou imediatamente e disse que ele era o mais competente para demonstrar resultados concretos.
Essencialmente, suas propostas estão fundamentadas em dois pilares: o cuidado com as pessoas, especialmente as mais vulneráveis, e a geração de empregos. Ele acredita que as várias crises dos últimos anos, como a tragédia em Brumadinho, COVID-19 e guerra na Ucrânia, por exemplo, não foram suficientes para abalar de maneira significativa a economia brasileira, que se mostrou resiliente e com potencial para crescer ainda mais.
Como ex-ministro da Infraestrutura, ele apresentou uma visão sistêmica de desenvolvimento muito clara e bem fundamentada em algumas questões estratégicas, como a questão energética, por exemplo, que ele associou com outras questões, como: economia circular, biocombustíveis, biofertilizantes, hidrogênio verde e biogás. A questão do crédito também é fundamental, pois, na sua análise, muitas vezes o crédito não consegue chegar no microempreendedor. A solução para esse problema pode ser realizada através de articulações entre o Desenvolve SP e o Sebrae, com o objetivo de estimular o grande talento criativo e empreendedor do povo paulista.
A questão tributária também foi considerada: ele acredita que São Paulo precisa liderar uma grande Reforma Tributária, que seja capaz de atrair novos investimentos. A questão da Infraestrutura foi apresentada com especial ênfase, pois, como ex-Ministro da Infraestrutura, ele vê que São Paulo tem uma grande vocação para o escoamento ferroviário de sua produção, por exemplo. Na sua análise, seria relativamente fácil avançar nesse sentido, através de leilões, e citou vários municípios que poderiam ser beneficiados com o transporte metro-ferroviário. Ele afirmou, também, que a desestatização do porto de Santos tem potencial para ser uma grande revolução para a economia brasileira.
A capacitação profissional também foi apresentada com especial ênfase, pois a adaptação dos cursos do Centro Paula Sousa, Fatecs e Etecs às vocações específicas de cada região do Estado de São Paulo pode ser uma estratégia de grande eficiência para o seu desenvolvimento econômico. No entanto, a falta de professores é um desafio que precisa ser considerado com maior atenção. Ele acredita que é preciso pensar em projetos de ensino híbrido, em parceria com as universidades públicas e a iniciativa privada.
O Programa Jovem Aprendiz Paulista é uma iniciativa que pode ser expandida nesse sentido: "os Estados que mais crescem são os Estados que mais investem em Inovação". Para isso, é preciso investir de maneira robusta e sistemática em formação de capital humano. A desburocratização foi a última questão apresentada: existem empreendimentos em São Paulo, que demoram 3 anos para serem aprovados. Este é um prazo muito exagerado, que atrasa o desenvolvimento e impede a geração de empregos.
Tarcísio Freitas também foi perguntado sobre economia verde, transformação digital, inovação tecnológica, turismo, violência contra a mulher e segurança pública. Suas respostas para todos esses temas foram fundamentadas na sua clara visão sistêmica e nas questões estratégicas anteriormente apresentadas. Se for eleito, seu grande conhecimento adquirido no Ministério da Infraestrutura poderá exercer um impacto muito significativo no Governo do Estado de São Paulo.