Volume de água acima do normal inundou centro histórico de Porto Alegre e interrompeu serviços públicos (Anselmo Cunha/AFP)
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Publicado em 20 de maio de 2024 às 08h26.
Três aviões dos Emirados Árabes Unidos devem chegar ao Brasil nos próximos dias para apoiar a operação de socorro às cidades gaúchas que sofrem as consequências de inundações após as fortes chuvas das últimas semanas.
O envio das aeronaves foi informado pelo Palácio do Planalto após telefonema entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu homólogo Xeique Mohammed Bin Zayed Al Nahyan, que ofereceu a ajuda. As aeronaves vão ajudar a transportar doações recebidas pelos municípios gaúchos.
Acompanharam o telefonema o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o assessor especial da Presidência, Celso Amorim. Além de tratar sobre a tragédia do Rio Grande do Sul, Lula renovou o convite para que o presidente Al Nahyan venha ao Brasil e manifestou intenção de organizar um evento bilateral com investidores e empresários.
Mais de 2 milhões de pessoas em 452 municípios foram afetadas pela tragédia das chuvas no Rio Grande do Sul que deixou mais de 100 mortos. Segundo a Defesa Civil, há 538.126 desalojados e 76.580 pessoas em abrigos; 108 estão desaparecidas, e outras 806 ficaram feridas.
O governo gaúcho ainda planeja construir quatro cidades provisórias, localizadas em Canoas, Guaíba, Porto Alegre e São Leopoldo. As estruturas seriam usadas para acolher as vítimas das enchentes que estão em abrigos.
Na sexta-feira, 17, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que a prioridade é recuperar a atividade econômica e preservar os empregos. Em visita a Brasília, o presidente em exercício da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Arildo Bennech Oliveira, destacou o trabalho em conjunto com o governo federal para apoiar o setor e entregou ao vice-presidente um documento com propostas para reerguer as indústrias gaúchas.
“Nossas indústrias necessitarão equalizar seus custos operacionais
frente ao novo patamar de receitas, o que implica também na flexibilização das
condições de toda ordem. É fundamental para o futuro do Rio Grande que
mantenhamos, da melhor forma e ritmo possíveis, os segmentos industriais em
atividade, pois assim manteremos empregos e renda para a população gaúcha”, diz trecho do documento.
Em Porto Alegre, o governador Eduardo Leite anunciou a criação da Secretaria da Reconstrução Gaúcha, coordenada pelo economista Pedro Capeluppi, que era titular da Secretaria de Parcerias e Concessões. Segundo o governador, a pasta será reconfigurada para atuar na recuperação do estado após as enchentes. Nesse sentido também será criado o Fundo Plano Rio Grande, com um aporte inicial de R$ 12 bilhões provenientes do valor que o estado pagaria em dívidas com a União. O fundo também poderá receber recursos federais e emendas parlamentares.
“Queremos engajar o setor privado, a sociedade civil, as prefeituras, o governo federal, todos em torno de um grande plano de reconstrução do estado”, declarou Leite ao assegurar que, no âmbito estadual, a iniciativa envolverá todas as secretarias e órgãos públicos, que atuarão sob a coordenação da nova Secretaria da Reconstrução Gaúcha.