Esfera Brasil

Um conteúdo Esfera Brasil

Setor de energia vive expectativa por marco legal das eólicas offshore

Tema foi citado pelo líder do governo no Congresso na semana de abertura do ano legislativo

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica, que reúne iniciativas do segmento, o País tem 1.500 GW de potencial em eólicas onshore (Gentil Barreira/EXAME.com)

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica, que reúne iniciativas do segmento, o País tem 1.500 GW de potencial em eólicas onshore (Gentil Barreira/EXAME.com)

Esfera Brasil
Esfera Brasil

Plataforma de conteúdo

Publicado em 14 de fevereiro de 2024 às 08h00.

Aprovado pela Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 11.247/2018, que regulamenta a produção de energia eólica offshore, foi encaminhado ao Senado Federal no fim do ano passado.

Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, o texto é uma das prioridades do governo para este ano, e as empresas do setor também vivem expectativa pelo marco legal, que pode expandir o ambiente de negócios. O tema também foi citado pelo líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) na semana de abertura do ano legislativo.

De acordo com a Associação Brasileira de Energia Eólica, que reúne iniciativas do segmento, o País tem 1.500 GW de potencial em eólicas onshore — instaladas em terra firme — e offshore. Nesse caso, a energia é obtida por meio da força do vento em alto-mar. A criação de uma legislação específica para o setor poderia facilitar a atração de investimentos via Banco Nacional de Desenvolvimento e Econômico e Social (BNDES).

Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, o Brasil é um líder global na descarbonização da matriz energética. O País possui mais de 26 GW de capacidade instalada, distribuídos em mais de 900 parques eólicos localizados em 12 estados brasileiros. De acordo com especialistas, cada 1 GW é suficiente para abastecer uma cidade com 500 mil residências.

Em dezembro, durante a COP28, nos Emirados Árabes Unidos, foi oficializada a adesão brasileira à Aliança Global de Eólicas Offshore, juntamente com União Europeia, Panamá e o estado da Califórnia, dos Estados Unidos, que ingressaram no grupo na mesma ocasião. Desde a campanha eleitoral, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem reforçado o propósito de colocar o Brasil como protagonista na produção de energia a partir de fontes renováveis.

Entretanto, há entraves para a garantia da sustentabilidade do setor energético. Na tramitação da matéria na Câmara dos Deputados, houve críticas ao incentivo a usinas abastecidas por carvão previsto no texto, já que o relator acrescentou a obrigatoriedade de contratação, até 2050, de termelétricas nos leilões de reserva de capacidade, para preencher demandas futuras e evitar racionamentos ou falta de energia.

Agenda ecológica

Ainda na pauta da economia verde, também devem ganhar espaço no Senado os debates sobre a regulamentação do mercado de carbono. O texto cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Gases de Efeito Estufa (SBCE).

Em outubro, o Senado havia aprovado por unanimidade, na Comissão de Meio Ambiente, uma matéria sobre o tema, que foi apensada ao projeto relatado pelo deputado Aliel Machado (PV-PR) na Câmara dos Deputados.

O projeto traz obrigações para as empresas que mais poluem. Elas devem compensar as emissões com a compra de títulos. Por outro lado, organizações que não alcançarem o teto de emissões passam a receber cotas que podem ser comercializadas.

Acompanhe tudo sobre:Energia eólicaEconomia

Mais de Esfera Brasil

Congresso deve correr contra o tempo para regulamentar IVA

Corte de gastos, emendas e reforma ministerial: os pontos de atenção do governo neste fim de ano

Câmbio pressionado piora a inflação, diz Mansueto Almeida

Petróleo é questão de demanda global, defende Alexandre Silveira