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Qual será o futuro de Gaza e sua população?

Enquanto parte dos palestinos tenta retornar ao enclave, Trump sugere que o território seja entregue aos Estados Unidos

Cerca de dois milhões de palestinos foram deslocados devido aos bombardeios em Gaza (Eyad BABA /AFP)

Cerca de dois milhões de palestinos foram deslocados devido aos bombardeios em Gaza (Eyad BABA /AFP)

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Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 07h00.

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A Faixa de Gaza foi reduzida a escombros ao longo do conflito entre Israel e o grupo Hamas, iniciado em 7 de outubro de 2023. Embora o povo palestino tenha começado a retornar à região no final de janeiro deste ano, após um acordo de cessar-fogo, o futuro do território permanece incerto.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu o rei Abdullah II da Jordânia para uma reunião na Casa Branca na terça-feira, 11, com o propósito de discutir o futuro do enclave. O encontro aconteceu um dia após o estadunidense ameaçar interromper o auxílio financeiro enviado à Jordânia e ao Egito caso as nações se recusem a abrigar a maior parte de um total de dois milhões de palestinos deslocados de Gaza. A proposta de Trump foi condenada tanto pela comunidade internacional quanto por organizações humanitárias.

Embora o rei não tenha respondido à imprensa sobre o plano do presidente dos EUA, ele se manifestou contra a expulsão das pessoas no enclave via publicação feita no X (antigo Twitter). “Reiterei a posição firme da Jordânia contra o deslocamento dos palestinos em Gaza e na Cisjordânia. Essa é a posição unificada árabe. Reconstruir Gaza sem deslocar os palestinos e abordar a grave situação humanitária deve ser a prioridade para todos”, escreveu Abdullah II logo após a reunião com o norte-americano.

Já o Ministério das Relações Exteriores do Egito declarou que espera cooperar com o governo do presidente Trump para alcançar uma “paz abrangente” por meio de uma “solução justa para a causa palestina que respeite os direitos dos povos da região”.

Riviera no Oriente Médio?

Trump usou as redes sociais no último dia 6 para detalhar sua proposta para o futuro da Faixa de Gaza. Segundo o presidente, Israel deveria entregar o território aos EUA após o conflito. O país, por sua vez, coordenaria a reconstrução da região por meio de empreiteiras privadas, sem o envolvimento de tropas estadunidenses. A ideia, segundo ele, é promover “desenvolvimento econômico em grande escala” em Gaza, com a construção de “muitas coisas boas, incluindo hotéis, prédios de escritórios, moradias e outras coisas”.

A sugestão contrasta com a posição oficial do governo americano. No mesmo dia, o secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que qualquer deslocamento da população palestina seria apenas “temporário” e destacou a necessidade de retirada de civis devido aos riscos de munições não detonadas e arsenais remanescentes do Hamas. 

Paralelamente, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ordenou a elaboração de um plano para a saída da população palestina da Faixa de Gaza, alinhando-se a grupos ultranacionalistas que defendem a anexação da região, incluindo a Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

A proposta de Trump foi amplamente rejeitada por líderes políticos americanos, incluindo membros do Partido Republicano, que a classificaram como inviável. No entanto, sua declaração trouxe o debate sobre o futuro de Gaza para o centro da agenda internacional. Enquanto isso, o Hamas mantém o controle sobre o enclave, ampliando sua base de apoio ao longo do conflito – essa é a principal ameaça que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, considera inaceitável para a segurança de Israel.

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