No último dia 10, Trump oficializou a taxação de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio ao país (Germano Lüders/Exame)
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Publicado em 18 de fevereiro de 2025 às 13h51.
Última atualização em 18 de fevereiro de 2025 às 21h52.
Do total de exportações realizadas pelo Brasil em 2024, 12% foram destinados aos Estados Unidos, somando um total de US$ 40,3 bilhões. No caminho inverso, 15,5% das importações no mesmo ano vieram dos EUA, totalizando US$ 40,6 bilhões. A importante relação comercial entre os países já acumula 200 anos de história – e o aumento das tarifas decretado pelo presidente Donald Trump acende alertas em território brasileiro.
Os óleos brutos de petróleo são o principal produto exportado pelo Brasil para os EUA. Produtos semimanufaturados de ferro ou aço, aviões e café vêm em seguida, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Comércio e Indústria Exterior (MDIC). No último dia 10, Trump oficializou a taxação de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio ao país.
“O que nós temos hoje é uma indefinição, uma insegurança. Não se sabe o que vai acontecer”, pondera o presidente-executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, em entrevista à Esfera Brasil. “Está pesado, 25% é muito elevado. Quem vai suportar esse aumento? O que vai provocar é uma desaceleração da economia mundial, e essa desaceleração deve provocar uma redução de preços”, pontua.
Ele não considera, porém, que a medida comprometa a relação comercial histórica entre Brasil e Estados Unidos. “Em quatro anos o Trump sai e entra um novo presidente, que pode pensar de maneira diferente. Esse novo presidente vai reformar o que está sendo feito agora. E 200 anos é tempo suficiente para solidificar uma parceria, então não afeta a relação como um todo, só esse momento atual. É algo para se preocupar pelos próximos quatro anos”, afirma.
Por ora, a prioridade é manter o diálogo com os EUA e acompanhar de perto as decisões no exterior, conforme avalia Castro. “Entre 60% e 65% das exportações do Brasil são commodities. A princípio, as tarifas dos EUA não têm impacto direto sobre isso, mas, indiretamente, têm. Se você reduzir o ritmo de crescimento econômico, automaticamente vai reduzir a demanda por commodities e, consequentemente, reduzir o preço. Reduzindo o preço, afeta a balança comercial”, explica o presidente-executivo da AEB.
Óleos brutos de petróleo: R$ 5,8 bilhões. (Tarifa: 0%)
Outros produtos semimanufaturados de ferro ou aço não ligado: US$ 2,7 bilhões. (Tarifa: 7,2%)
Café não torrado, não descafeinado, em grão: US$ 1,9 bilhão. (Tarifa: 9%)
Pastas químicas de madeira: US$ 1,5 bilhão. (Tarifa: 3,6%)
Ferro fundido bruto não ligado: US$ 1,4 bilhão. (Tarifa: 3,6%)
Outros aviões e outros veículos aéreos, de peso superior a 15.000 kg, vazios: US$ 1,4 bilhão. (Tarifa: 0%)
Outras gasolinas, exceto para aviação: US$ 997 milhões. (Tarifa: 0%)
Aviões e outros veículos aéreos, a turbojato, entre 7.000 kg e 15.000 kg, vazios: US$ 955,6 milhões. (Tarifa: 0%)
Carnes desossadas de bovino, congeladas: US$ 885 milhões. (Tarifa: 10,8%)
Produtos semimanufaturados, de outras ligas de aço: US$ 738 milhões. (Tarifa: 7,2%)
Partes de turborreatores ou de turbopropulsores: US$ 3,2 bilhões. (Tarifa: 0%)
Turborreatores de empuxo superior a 25 kN: US$ 2,9 bilhões. (Tarifa: 0%)
Gás natural liquefeito: US$ 1,6 bilhão. (Tarifa: 0%)
Óleos brutos de petróleo: US$ 1,45 bilhão. (Tarifa: 0%)
Gasóleo (óleo diesel): US$ 1,43 bilhão. (Tarifa: 0%)
Naftas para petroquímica: US$ 1,43 bilhão. (Tarifa: 0%)
Hulha betuminosa, não aglomerada: US$ 1,39 bilhão. (Tarifa: 0%)
Copolímeros de etileno e alfa-olefina, de densidade inferior a 0,94: US$ 579 milhões. (Tarifa: 20%)
Óleos lubrificantes sem aditivos: US$ 571 milhões. (Tarifa: 0%)
Outros polietilenos sem carga, densidade maior ou igual a 0,94, em formas primárias: US$ 500 milhões. (Tarifa: 20%)