Soja (Wenderson Araujo/CNA/Divulgação)
O agronegócio enfrenta vários desafios. Estudos indicam que, para atender às demandas de segurança alimentar até 2050, quando a população mundial chegar a 9 bilhões de pessoas, será preciso aumentar em mais de 70% a produção global de alimentos. Para que essa expansão aconteça de maneira responsável com o meio ambiente, a otimização dos processos de produção pode ser uma das alternativas, já que se consegue produzir mais usando menos insumos.
No Brasil já estão em andamento algumas experiências com a Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) em processos agrícolas. Uma delas é o AgroConnect, projeto selecionado em 2018 pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na chamada pública que o banco fez para projetos-piloto de IoT em larga escala.
O projeto, fruto de uma parceria entre a Fundação para Inovações Tecnológicas (FITec), a Nokia Solutions and Networks, a Algar Farming e a Universidade Federal de Uberlândia (UFU), desenvolveu uma plataforma integrada com oito tecnologias de de IoT para monitoramento de dados entre 2019 e 2021. Algumas das soluções integradas de IoT usadas foram de sensoriamento remoto de lavouras e monitoramento meteorológico, do solo, dos recursos hídricos, das operações agrícolas e de ativos, entre outros dispositivos de agricultura de precisão.
Com isso, o produtor rural tem mais informações e pode se precaver de problemas com antecedência e agir no que que precisar melhorar, para ter maior produtividade _e, logo, produtividade.
Resultados do primeiro ano de testes do AgroConnect, realizado em cinco fazendas de Monte Alegre de Minas (MG), mostraram que houve um aumento de 19,35% na produtividade em sacas de soja por hectare, de 12,5% na porcentagem de acerto da previsão meteorológica e de 142% na singulação (melhoria na ocorrência de sementes falhas e duplas).
O relatório final do projeto mostra que o lucro obtido com a primeira safra financiou o investimento tecnológico e em aparelhos para implementar a plataforma e que os custos com fornecedores de serviços caem cerca de 55,12% após o período de dois anos.