Em 2012, Ana Cabral montou a estratégia da empresa que viria a industrializar o lítio mais verde do mundo
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Publicado em 8 de março de 2024 às 11h54.
Recentemente elencada na prestigiada lista global Changemakers, da CNBC, a carioca fundadora da Sigma Lithium, Ana Cabral, crê que o mercado de lítio estará em expansão pelo menos até 2030, impulsionado pelo aumento da demanda global de veículos elétricos. A empresária carioca é a homenageada na categoria Sustentabilidade do 3º Prêmio Mulheres Exponenciais.
“Quem está no jogo hoje vai estar no jogo em 2030, maior. Você só vai ficar maior. Essa é a visão de longo prazo, quando você olha alguma das empresas que jogaram esse jogo de longo prazo [...] Quem são essas empresas novas? Nós pegamos todas elas, 2012, 2017, elas eram pequenas”, projetou.
“Nós somos uma empresa brasileira. E a gente tem um orgulho muito grande de ser brasileiro. A gente é muito agradecido aos países que viabilizaram tudo isso: o Canadá, os Estados Unidos. O que a gente quer é ser cada vez mais global. Aqui tem lítio para o mundo inteiro”, acrescentou.
A empresa possui uma operação de lítio no Vale do Jequitinhonha e não trabalha com barragem de rejeitos, usando apenas energia limpa e reutilizando água para a produção do metal – atitudes que levaram a Sigma Lithium a industrializar o lítio mais sustentável do mundo, como foi reconhecido na COP28, em Dubai. De acordo com Ana Cabral, a sustentabilidade está tão intrínseca ao negócio que, no ano passado, a Sigma mandou interromper a operação ao constatar uma falha em um circuito de empilhamento a seco.
“Nós estamos aí virando o 4º maior complexo industrial mineral de produção de lítio do mundo. O 4º maior, atrás de gigantes. No setor de rocha, todos australianos. E fazemos tão bem quanto eles. Acho até que fazemos um pouco melhor, porque a gente faz bem mais verde. Bem mais verde: não tem barragem de rejeito, tem energia limpa, não usamos químicos, reusamos a água. Então, assim, é para o Brasil se encher de orgulho”, contou.
Ana elogiou a legislação vigente e considera que haverá avanços no ambiente de negócios do País nos próximos anos. Otimista, ela sugere um movimento de resgate do orgulho nacional a partir de bons exemplos. “Tem muita coisa bacana aqui. Tem energia limpa para dar e vender”, frisou.
“O código mineral brasileiro é um dos melhores do mundo. Do mesmo jeito que nosso código florestal é um dos melhores do mundo. Se você colocar isso para rodar, você tem segurança jurídica suficiente para operações de classe mundial como a Sigma”, afirmou.