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Presidente da Airbus projeta Brasil como ‘Arábia Saudita do Combustível Sustentável de Aviação’

Segundo Gilberto Peralta, grande parte das oportunidades está concentrada no mercado dos Estados Unidos

Consumo brasileiro de combustível de aviação é de 7 bilhões de litros; excedente poderia ser exportado (Divulgação/Divulgação)

Consumo brasileiro de combustível de aviação é de 7 bilhões de litros; excedente poderia ser exportado (Divulgação/Divulgação)

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Publicado em 23 de setembro de 2024 às 12h07.

O presidente da Airbus Brasil, Gilberto Peralta, afirmou, na manhã desta sexta-feira, 20, que o potencial brasileiro pode levar o País a se tornar a Arábia Saudita do Combustível Sustentável de Aviação (SAF, na sigla em inglês). Alternativa ao combustível fóssil, o SAF é produzido a partir de matérias-primas que atendam a critérios de sustentabilidade, como o biometano.

“Sendo um país tão grande e com tantas possibilidades, o Brasil tem uma estrutura que permite esse desenvolvimento com muita facilidade, pela Embrapa, por exemplo. A agricultura brasileira é um benchmark no mundo. O Brasil pode se tornar a Arábia Saudita do SAF porque o potencial brasileiro é o maior do mundo”, avaliou.

Peralta chamou atenção para as oportunidades que podem vir do mercado dos Estados Unidos e disse que a Airbus já vem ampliando gradativamente o consumo de SAF em seus processos internos. De acordo com ele, os norte-americanos concentram uma demanda de 120 bilhões de litros de combustível de aviação, mas só são capazes de produzir pouco mais da metade desse volume. Por outro lado, o consumo brasileiro é de 7 bilhões de litros, e a grande capacidade produtiva pode ser um dos trunfos para atender à alta procura pelo produto.

Em agosto, uma chamada pública conjunta de R$ 6 bilhões para projetos para desenvolvimento e implantação de biorrefinarias para combustíveis sustentáveis, como o SAF, foi lançada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Óleo de macaúba

Em evento realizado nesta sexta-feira, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em parceria com o jornal O Estado de S. Paulo, Gilberto Peralta ainda citou projetos de incentivo à produção de macaúba, que é uma palmeira típica de áreas como o norte de Minas Gerais e o sul da Bahia. Dessa forma, o combustível pode ser produzido sem afetar a produção de alimentos, o que seria uma preocupação do mercado europeu ao transacionar com empresas brasileiras.

O executivo foi um dos painelistas do evento que reuniu representantes da classe produtiva para discutir as bases da reindustrialização do País sob a ótica da transição energética. Além de empresários, na plateia foi localizado ao menos um integrante do governo francês, que afirmou à Esfera Brasil que o comportamento do Planalto em relação à transição energética tem o aproximado da gestão de Emmanuel Macron.

Ao compartilhar da visão de Peralta, o CEO da Prumo Logística, Rogério Zampronha, acrescentou que o País depende de uma visão de Estado mais unificada para conseguir exercer a liderança no processo de transição energética global. “O Brasil possui uma vantagem gigantesca no setor de biomassa. Ela tem que ser incentivada, e não vender só a commodity, e sim o produto manufaturado”, apontou Zampronha.

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