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Premiação em Davos mostra que empreendedorismo nas favelas deve ser explorado

Adriana Mallet, da ONG SAS de telemedicina, e Celso Athayde, da Holding Favela, receberam o prêmio de Inovadores Sociais do Ano; comunidades movimentam R$ 120 bilhões por ano

Fórum Econômico Mundial de Davos (Pascal Bitz/World Economic Forum/Divulgação)

Fórum Econômico Mundial de Davos (Pascal Bitz/World Economic Forum/Divulgação)

Durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, dois empreendedores brasileiros que trabalham em favelas foram homenageados com o prêmio Inovadores Sociais do Ano pela Fundação Schwab: Adriana Mallet, cofundadora da ONG SAS de telemedicina,  e Celso Athayde, fundador da Cufa (Central única das Favelas) e CEO da Holding Favela. A homenagem mostra como esse setor tem um enorme poder de crescimento, mas ainda segue pouco explorado no país.

Uma pesquisa do instituto Data Favela realizada em abril, mostrou que 50% dos cerca de 14 milhões de moradores de favelas se consideram empreendedores – deste total, 41% dizem ser donos do próprio negócio, porém apenas 37% conseguiram tirar o CNPJ. E 76% dessa população teve, tem ou deseja abrir um negócio.

Em 2020, outro levantamento da Data Favela com o instituto Locomotiva, chamado “Economia das Favelas - Renda e Consumo nas Favelas Brasileiras”, apontou que os moradores de favelas movimentam R$ 119,8 bilhões por ano.

“As favelas produzem R$ 120 bilhões por ano no Brasil. Ela produz e consome e o mercado precisa olhar para isso como oportunidades de negócios”, disse Athayde em entrevista à Globonews.

Neste ano, a Holding Favela de Athayde criou um fundo de venture capital de R$ 50 milhões focado em empreendedores da periferia, inclusive os unicórnios.  A captação foi feita com 13 empresas que já pertencem à holding.

No ano passado, o empreendedor Givanildo Pereira, então com 22 anos, criou a startup Favela Xpress para prover o serviço de entregas de mercadorias na favela de Paraisópolis, em SP, onde vivem 100 mil pessoas. A empresa tem entre seus parceiros as varejistas Americanas S.A, Casas Bahia e Riachuelo. Pereira disse que em 2022 a Favela Xpress quer chegar a 5 Estados gerando 2.500 empregos e atingindo a marca de 10 milhões de entregas.

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