São Paulo registra uma média anual de precipitação entre 1.400 e 1.600 mm (Nikada/Getty Images)
Plataforma de conteúdo
Publicado em 2 de maio de 2025 às 20h04.
Última atualização em 2 de maio de 2025 às 20h10.
Fundamental para prevenir alagamentos e deslizamentos, um plano de manejo de águas pluviais deve ser considerado por gestores públicos como forma de reduzir os riscos de tragédias climáticas. Estudo recente feito pelo Instituto Trata Brasil, indica que mesmo diante de eventos extremos – como as enchentes no Rio Grande do Sul no ano passado –, 32,4% das cidades não têm qualquer solução de drenagem urbana e manejo de águas pluviais.
Muito citado no noticiário, o índice pluviométrico causa certa estranheza em muitas pessoas por ser medido em milímetros. Segundo a especialista Bianca Bez, que atua no setor de Energia do BBL Advogados, essa unidade representa a altura da lâmina de água que se acumularia sobre uma superfície plana, horizontal e impermeável, caso toda a chuva permanecesse onde caiu, sem infiltrar no solo ou escoar. Em termos práticos, 1 milímetro de chuva equivale a 1 litro de água por metro quadrado.
“A medição é realizada por meio de um equipamento chamado pluviômetro. Existem dois tipos principais: o pluviômetro de leitura manual, no qual a água da chuva é coletada em um recipiente graduado e a medição é feita periodicamente por um observador; e o pluviômetro automático, mais comum em redes meteorológicas, que registra eletronicamente a quantidade de chuva com mecanismos de basculamento, permitindo leituras em tempo real”, explica.
A divisão entre os patamares de chuva se baseia em critérios técnicos e operacionais, frequentemente adotados por órgãos meteorológicos e de defesa civil. Esses patamares são estabelecidos com base na intensidade da precipitação em milímetros por hora, pois é a intensidade – e não apenas o volume total – que determina o potencial de danos urbanos.
No caso específico do município de São Paulo, a cidade registra uma média anual de precipitação entre 1.400 e 1.600 mm, concentrada principalmente entre dezembro e março. Para fins de abastecimento hídrico, um nível considerado razoável durante os meses chuvosos é aquele que ultrapassa 100 mm por mês, pois garante a reposição dos reservatórios.
No entanto, sob o ponto de vista da infraestrutura urbana, chuvas superiores a 50 mm em apenas 1 hora são críticas e têm alto potencial de provocar alagamentos, especialmente em áreas densamente impermeabilizadas. Assim, são compreendidos os seguintes patamares:
abaixo de 10 mm/h: chuvas leves;
entre 10 e 25 mm/h: intensidade moderada;
acima de 25 mm/h: chuvas fortes;
acima de 50 mm/h: muito fortes ou extremas.