Esfera Brasil

Um conteúdo Esfera Brasil

PL das eólicas offshores institui marco legal para setor

Texto cria regras para parques eólicos em áreas consideradas como bens da União, como mar territorial

Estímulo a fontes renováveis de energia é considerado chave para a transição energética (imagesourcecurated/envato)

Estímulo a fontes renováveis de energia é considerado chave para a transição energética (imagesourcecurated/envato)

Esfera Brasil
Esfera Brasil

Plataforma de conteúdo

Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 09h49.

Considerado fundamental para a transição energética, o projeto de lei que autoriza a exploração de energia elétrica em alto-mar cria regras para a instalação de parques eólicos fora da costa brasileira, em áreas consideradas como bens da União na Constituição Federal, como o mar territorial, a plataforma continental e a zona econômica exclusiva.

Segundo o texto, a cessão de áreas marítimas pode ocorrer por meio da oferta permanente ou planejada. Na permanente, o poder público regulamenta áreas para exploração de acordo com a solicitação de empresas interessadas. Na oferta planejada, é de responsabilidade do gestor público definir as áreas de exploração conforme o planejamento do órgão competente. Nesse caso, as áreas são colocadas em licitação.

“A regulamentação desse setor pode atrair investimentos internacionais, promover inovações tecnológicas e contribuir para os compromissos climáticos do país, ao mesmo tempo em que poderá gerar empregos e impulsionar o crescimento econômico”, afirmou a advogada Bianca Bez, da área de Contencioso e Arbitragem com ênfase em Energia do BBL Advogados.

Aprovado pelo plenário do Senado, o texto deve ser sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos próximos dias. Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a iniciativa fortalece o Brasil como ator relevante para a COP30, que será realizada no país em 2025.

“Este é um marco que ratifica o compromisso do país com a agenda da descarbonização da economia e abre uma oportunidade gigantesca para a atração de novos investimentos. As eólicas offshore representam uma nova indústria com grande potencial e oportunidade para consolidar o Brasil como protagonista no cenário global de energias renováveis, com grande potencial de geração de emprego e renda. Para cada 1 GW, projeta-se a criação de 14.600 postos de trabalho ao longo de toda cadeia produtiva, que vai desde a fabricação das turbinas até o descomissionamento de áreas anos depois”, diz a nota divulgada pela entidade.

Termelétricas

O substitutivo da Câmara dos Deputados aprovado pelos senadores traz um dispositivo que incentiva a operação de termelétricas a carvão mineral até 2050. Segundo o senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso Nacional, o trecho será vetado pelo Planalto.

“No Brasil, é comum a prática de incluir diversos temas dentro de uma única lei, uma característica que frequentemente gera complexidade e desafios para a eficácia da legislação. Essa abordagem, muitas vezes, é utilizada para agilizar a tramitação de propostas, consolidando diferentes questões sob um único texto legislativo. Contudo, o que parece ser uma forma de facilitar a aprovação de diversas matérias acaba por criar normas fragmentadas e de difícil implementação, uma vez que temas sem relação direta podem ser misturados, gerando distorções nos objetivos originais da lei”, contextualizou Bianca Bez.

Com a aprovação do texto, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) emitiu um comunicado chamando a atenção para os riscos ambientais e econômicos com a ampliação das termelétricas. A entidade também criticou um possível aumento dos custos para a geração de energia.

“Uma termelétrica a carvão mineral polui 34 vezes mais que uma hidrelétrica, e uma a gás, 20 vezes mais. Essas escolhas impactam diretamente nossa capacidade de atingir as metas de redução de emissões de CO2, além de prejudicar o bolso de cada brasileiro”, afirma Flávio Roscoe, presidente da Fiemg.

“Essa não é uma questão de direita ou esquerda; é sobre proteger o Brasil. Estamos pedindo aos cidadãos que se unam a nós para solicitar o veto do presidente aos pontos que prejudicam o lado social, ambiental e a sustentabilidade da nossa matriz elétrica”, completou.

Acompanhe tudo sobre:Energia eólicaSustentabilidade

Mais de Esfera Brasil

Argentina sai da recessão, mas aumento da pobreza segue como desafio para Milei

Brasil passa a contar com nova estatal no setor aeroespacial

‘Uber de blindados’ comemora marca de 150 mil downloads e aposta em expansão

Saiba quais são os princípios da liberdade econômica previstos em lei