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Para especialista, ações para recuperar RS devem envolver a população e priorizar prazos

Thaddeus Pawlowski, da Universidade de Columbia, participou de evento promovido pela Esfera Brasil

Pawlowski sugere que gerações futuras sejam levadas em consideração na reconstrução de áreas devastadas. (Esfera Brasil/Divulgação)

Pawlowski sugere que gerações futuras sejam levadas em consideração na reconstrução de áreas devastadas. (Esfera Brasil/Divulgação)

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Publicado em 16 de maio de 2024 às 06h00.

Durante o evento “Conectando oportunidades, construindo o futuro”, promovido pela Esfera Brasil nesta semana, um dos responsáveis pela reconstrução de Nova York após o furacão Sandy, o especialista Thaddeus Pawlowski, diretor do Centro para Cidades e Paisagens Resilientes da Universidade de Columbia, analisou a tragédia no Rio Grande do Sul.

Segundo Pawlowski, para a recuperação de regiões devastadas é determinante que as ações sejam focadas em ouvir as necessidades das pessoas afetadas, reconstruir o ambiente natural e ser transparente com prazos. Ele reforçou que o trabalho realizado por vizinhos e pessoas próximas a áreas inundadas em Porto Alegre e no interior consistem no primeiro estágio da recuperação e deve ser complementado por uma ação de longo prazo coordenada pelo poder público.

“Nesse processo de reconstrução é importante pensar nas gerações futuras. Com as mudanças climáticas, ruas, pontes e sistemas de esgoto precisam ser pensados para funcionarem de uma maneira diferente. Essas mudanças custam dinheiro e devem levar tempo”, afirmou.

De acordo o governo federal, até a tarde desta quarta-feira, 15, haviam sido contabilizadas 149 mortes em razão das enchentes no Sul. Dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, 446 foram afetados. Cerca de 80 mil pessoas deixaram suas casas.

Após a tragédia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou o estado em três ocasiões diferentes, sendo que a última delas foi nesta quarta, quando anunciou o Auxílio Reconstrução, que prevê o pagamento de um benefício de R$ 5.100 em parcela única. A medida deve alcançar 240 mil famílias desabrigadas ou desalojadas.

Anteriormente, o governo havia anunciado antecipações de pagamento de programas sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada, a prioridade para os gaúchos na restituição do Imposto de Renda e novos aportes no seguro-desemprego. Também foi editada uma medida provisória que abriu crédito extraordinário de R$ 12,5 bilhões e a suspensão, pelo período de três anos, da dívida contraída pelo Rio Grande do Sul com a União, o que deve liberar R$ 11 bilhões para um fundo de reconstrução do estado.

Mais de 253.830 residências e pontos comerciais seguem com o fornecimento de energia elétrica interrompido em decorrência da tragédia.

“Uma das coisas mais difíceis é ter de dizer para uma pessoa que ela vai demorar um ano para ter o seu lar de volta. E, no caso do furacão Sandy, acabou demorando vários anos”, lembrou Pawlowski, que também é um dos entrevistados da 6ª temporada do EsferaCast, que em breve estará disponível no YouTube. Ative suas notificações para saber quando novos episódios forem ao ar.

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