A participação do alumínio nas exportações brasileiras ficou na casa de 1,4% no último ano, e 528 mil toneladas do metal foram enviadas a países estrangeiros (FG Trade/Getty Images)
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Publicado em 3 de janeiro de 2025 às 05h53.
Mais do que uma tendência, o debate sobre descarbonização expressa uma urgência para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e combater o aquecimento global. Neste cenário, fontes renováveis de energia e medidas que estimulem a economia circular – baseada na redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais – são trunfos a serem aproveitados.
Utilizado na indústria, construção civil e setor aeroespacial, o alumínio está presente na vida dos brasileiros em diferentes formas e pode exercer um papel importante neste processo. Segundo a Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a indústria do setor tem investido em iniciativas que impulsionam, ao mesmo tempo, a redução de emissões setoriais e o reposicionamento do País na cadeia de suprimento global, considerando os três principais caminhos para a descarbonização do setor:
Segundo a Abal, a participação do alumínio nas exportações brasileiras ficou na casa de 1,4% no último ano, e 528 mil toneladas do metal foram enviadas a países estrangeiros. Graças à ampliação dos centros de coleta, os índices de reciclagem de alumínio no Brasil estão entre os maiores do mundo, o que torna essa cadeia produtiva uma aliada estratégica no cumprimento dos objetivos de descarbonização. Além disso, a intensidade carbônica do alumínio brasileiro é 3,3 vezes inferior à média global.
“Além da alta circularidade conferida ao segmento de embalagens, o metal [alumínio] contribui para a fabricação de veículos mais leves e com menor consumo de combustível. Sua aplicação na construção civil proporciona ganhos de eficiência energética às edificações verdes, e o seu emprego no setor elétrico facilita a expansão dos sistemas de transmissão, distribuição e geração de energia renovável com menor impacto ambiental”, descreve a Abal em material divulgado recentemente.
Economia circular
Segundo estimativas recentes das Nações Unidas, nos últimos 50 anos triplicou a quantidade anual de recursos naturais extraídos do planeta. Já a geração de resíduos sólidos urbanos chegou a 2,1 bilhões de toneladas ao ano em 2020 – e, caso seja mantido esse ritmo atual, deve chegar a 3,8 bilhões de toneladas ao ano em 2050.
Para mudar esse cenário, é preciso repensar os padrões de produção e consumo. Assim, o caminho para a implementação da economia circular passa necessariamente pelo aumento dos índices de recuperação dos resíduos, criando cadeias de fornecimento de “recursos secundários”, com oportunidades diferenciadas para o setor de resíduos sólidos.
“Mostra-se bastante indicado o desenvolvimento de políticas públicas que estabeleçam os princípios e criem incentivos para a transição rumo a uma economia circular, com a necessária adaptação dos processos produtivos para ampliar a circularidade dos
materiais, promover a inovação, a geração de empregos verdes e o consequente aumento da produtividade”, afirmou o consultor legislativo da Frente Parlamentar de Resíduos Sólidos e Economia Circular, Carlos Silva Filho.