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O futuro exponencial começa com elas: por que as mulheres devem liderar

Afinal, só a diversidade de gênero traz uma variedade de perspectivas e experiências para a mesa

A 3ª edição do Prêmio Mulheres Exponenciais acontecerá no dia 12 de março

A 3ª edição do Prêmio Mulheres Exponenciais acontecerá no dia 12 de março

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Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 08h00.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2024 às 16h40.

Por Camila Funaro Camargo*

Apesar das mulheres representarem mais da metade da força de trabalho, quando se trata de ocupar cargos de liderança, a disparidade de gênero ainda é significativa no Brasil. Uma análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) revelou que a presença de mulheres diminui em níveis hierárquicos mais altos, chegando a apenas 37% nos cargos de gerência e a uma média alarmante de apenas 20% nos conselhos de administração das empresas. Entre CEOs? Elas são apenas 17%.

Na política, o cenário não é muito diferente. Com as eleições de 2022, viu-se um número recorde de mulheres no Poder Legislativo, mas ainda é pouco: de acordo com a União Inter-Parlamentar (UIP), a participação de mulheres na Câmara de Deputados é de 17,7% e de apenas 16% no Senado. No caso de governadores, das 38 concorrentes, só duas chegaram ao poder: Fátima Bezerra e Raquel Lyra.

A diversidade de gênero não é apenas uma escolha ética ou questão de equidade, e sim um fator crucial para o sucesso e a inovação dos negócios das empresas e do futuro do Brasil. É uma decisão estratégica e inteligente.

Por que isso importa?

Na prática, a participação das mulheres desempenha um papel crucial na construção de uma sociedade mais justa, segura e democrática. As políticas públicas tornam-se mais inclusivas e representativas das diversas realidades e necessidades da população brasileira – mas, principalmente, das mulheres. Além disso, como mostrou o Panorama Mulheres 2023, do Instituto Insper, empresas com lideranças femininas na presidência têm duas vezes mais chances de ter outras mulheres em cargos de liderança.

Os resultados são concretos, e os números estão aí para provar:

  • segundo a Moody’s Analytics, a redução da disparidade de gênero poderia adicionar US$ 7 trilhões ao PIB global todos os anos;
  • estudo da McKinsey Global mostrou que empresas com pelo menos uma mulher no comando aumentam em 50% a probabilidade de ver sua rentabilidade evoluir e em 22% de aumentar média da margem Ebitda;
  • estudo do LinkedIn mostrou que equipes mais diversas tomam decisões melhores;
  • 87% das vezes e fazem com que suas empresas tenham 25% mais chance de superar os concorrentes;
  • pesquisa de Harvard mostrou que países liderados por uma mulher tiveram um crescimento médio do PIB de 5,4% no ano seguinte, enquanto os por homens, de apenas 1,1%;
  • pesquisa do Instituto Insper mostrou que mulheres eleitas para cargos de liderança investem mais em educação e saúde do que homens (+7%), reduzem a mortalidade infantil (-24%) e também o déficit de gênero na educação (-32%). E têm 35% menos chances de se envolverem em casos de corrupção do que os homens.

Olhando para o futuro

Há uma série de oportunidades para avançar nessa área. As empresas e o governo podem implementar políticas de diversidade e inclusão, estabelecer metas claras para a promoção de mulheres e oferecer programas de desenvolvimento e mentoria específicos.

Aliás, teremos eleições municipais em Outubro e aqui temos uma boa notícia: o número de candidaturas dobrou entre as eleições municipais de 2000 e 2020, e houve um aumento de 50% na quantidade de mulheres eleitas. Além disso, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já avisou que vai endurecer a fiscalização em relação a fraudes nas cotas de gênero. No último pleito, 658 mulheres foram escolhidas para comandar as prefeituras. Mas não se engane, isso corresponde a apenas 11,8% das cidades do País.

Liderando pelo exemplo

Logo que assumi como CEO da Esfera Brasil, minha primeira preocupação foi ter um Conselho com participação 50% feminina, ter uma equipe majoritariamente de mulheres e ter pelo menos 40% de palestrantes mulheres em qualquer evento. Hoje acredito que isso nem deveria mais ser assunto.

Em março, a Esfera vai realizar a 3ª edição do Prêmio Mulheres Exponenciais, celebrando e reconhecendo personalidades que se destacam por sua atuação transformadora em diferentes áreas. É uma oportunidade de dar holofote a mulheres tanto do âmbito público como privado que trabalham pelo avanço do País, com excelência profissional, inovação, impacto social, liderança inspiradora e compromisso com a diversidade e com a pauta ESG como um todo.

Neste momento em que a igualdade de gênero e a diversidade são cada vez mais reconhecidas como motores de progresso, esse prêmio desempenha um papel crucial na construção de um futuro mais inclusivo. Mas meu maior desejo é que ele sirva de inspiração para outras mulheres.

Sou embaixadora deste movimento: fazer mais mulheres acreditarem que a presença delas não só impulsiona o sucesso das organizações, mas também contribui para uma sociedade mais equitativa e progressista.

Afinal, só a diversidade de gênero traz uma variedade de perspectivas e experiências para a mesa.

*CEO da Esfera Brasil e idealizadora do Prêmio Mulheres Exponenciais

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