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O Brasil é uma potência para a indústria verde global

Em evento do Credit Suisse, Ana Cabral, da Sigma Lithium, e Luciana Costa, do Natixis, dizem que é necessário apenas um ambiente favorável ao setor privado

Ana Cabral-Gardner, CEO da Sigma Lithium, e Luciana Costa, CEO do Natixis, discutem a industrialização verde (Esfera Brasil/Divulgação)

Ana Cabral-Gardner, CEO da Sigma Lithium, e Luciana Costa, CEO do Natixis, discutem a industrialização verde (Esfera Brasil/Divulgação)

A industrialização verde foi tema de debate entre as executivas Ana Cabral-Gardner, CEO da Sigma Lithium, e Luciana Costa, CEO do Natixis, na quarta-feira (1º), em São Paulo. No evento do banco Credit Suisse, elas afirmaram que, para o país evoluir na transição energética, descarbonização e industrialização verde, não é preciso dinheiro público, mas sim um ambiente favorável e confiável para o setor privado.

“O governo precisa pensar em políticas que não onerem os cofres públicos, mas que permitam que o setor privado sinta confiança, com um ambiente favorável e regras claras”, diz Ana Cabral-Gardner sobre a oportunidade estratégica encontrada no Brasil para a industrialização verde.

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Ana é responsável pelo Grota do Cirilo da Sigma Lithium, que transforma o lítio bruto em um insumo pré-químico com alto grau de pureza, utilizado na indústria de baterias para carros elétricos. O projeto inclui uma planta de processamento de última geração, que não utiliza químicos nocivos. Pelo contrário, é 100% eficiente em energia renovável, água reciclada e a totalidade de rejeitos é empilhada a seco, sem existência de barragem.

BNDES precisa fomentar a industrialização verde

Além de CEO do Natixis, Luciana Costa foi anunciada a nova diretora do BNDES para infraestrutura, transição energética e mudanças climáticas. Segundo ela, “estamos vivenciando a revolução industrial da economia de baixo carbono, e o Brasil tem muito potencial, por ter uma estratégica combinação entre potência energética e potência florestal”. A executiva acredita que o BNDES tem como papel ser indutor nesse processo e precisa fomentar a industrialização verde.

No painel intitulado “Green Industry”, as executivas também debateram a urgência de se investir no “S” da sigla “ESG” (Environmental, Social and Governance- em inglês) em países como o Brasil. De acordo com elas, as empresas têm muitos recursos para serem ambientalmente corretas e sustentáveis, uma vez que investir no ambiental não é mais vanguarda, é obrigação. No entanto, para os países subdesenvolvidos, é urgente dar mais atenção ao social.

Segundo Ana Cabral, esse foi um dos principais motivos para a Sigma instalar a operação 100% no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais precárias do país. Além da arrecadação dos “royalties da mineração” - que serão sobre o preço final de venda aos clientes na Ásia, Europa e Estados Unidos -, a empresa estabeleceu um compromisso com o desenvolvimento do território e melhoria na qualidade de vida da população. Uma das ações é o Dona de Mim, programa que oferece uma linha de microcrédito para o público feminino da região, em parceria com o grupo Mulheres do Brasil.

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