BC divulga Relatório de Pesquisa em Economia e Finanças e elege as publicações mais prestigiadas do mundo (Dado Ruvic/Reuters)
Um levantamento recente do banco Credit Suisse indica que o número global de milionários está em ascensão. Ao final de 2021, havia 62,5 milhões de indivíduos com fortuna superior a US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,14 milhões) no mundo todo, 5,2 milhões a mais do que em 2020. E a estimativa do estudo é que, no Brasil, o número de milionários salte dos atuais 266 mil para 572 mil até 2026, o que significará um aumento de 115%.
O aumento previsto para o Brasil é um dos maiores do mundo e superior à média da América Latina (99%). Outros países emergentes, como China (alta de 97%), Índia (105%) e México (78%) também deverão ter aumento no número de ricos. Já em países desenvolvidos, o crescimento deve ser menor: como os Estados Unidos (alta de 13%), Alemanha (26%) e Itália (18%).
De acordo com a instituição suíça, toda a riqueza do mundo somava US$ 463 trilhões ao final de 2021, um aumento de 9,8% em relação a 2020. E a concentração de renda —e consequentemente a desigualdade social— têm piorado. Cerca de 1% da população é dona de 45,6% do total da riqueza do planeta. Em 2019, antes da pandemia, eles controlavam 43,9%.
Nos últimos anos, houve também um aumento da chamada classe média global, que abrange pessoas com riqueza entre US$ 10 mil e US$ 100 mil (R$ 51.460 a R$ 514.600). Essa faixa abrange hoje 1,8 bilhão de pessoas. "Isso reflete a prosperidade crescente das economias emergentes, especialmente a China, e a expansão da classe média no mundo em desenvolvimento", analisa o levantamento.
Ainda considerando dados globais, o número de ultrarricos - com patrimônio superior a US$ 50 milhões (ou R$ 257,3 milhões) - também deve subir, dos atuais 264 mil para 385 mil até 2026. Mais de 140 mil deles vivem nos EUA, e 32 mil na China.
Por outro lado, os efeitos de longo prazo da pandemia sobre o patrimônio das pessoas mais pobres e vulneráveis ainda precisam ser melhor analisados. A pesquisa destaca que, como o Brasil, alguns países proveram auxílios significativos durante a pandemia, mas em muitos casos isso foi bastante limitado. O que significa que algumas pessoas tiveram de usar suas reservas, fazer mais dívidas e experimentar um declínio na riqueza.