(Horacio Villalobos/Getty Images)
Diretriz defendida pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o agronegócio sustentável será valorizado no próximo governo. Em discurso feito na COP-27 (Conferência das Nações Unidas Sobre Mudanças Climáticas), no Egito, no mês passado, Lula disse que a produção agrícola sem equilíbrio ambiental deve ser considerada uma ação do passado e que não é preciso “desmatar nem sequer um metro de floresta para continuarmos a ser um dos maiores produtores de alimento do mundo".
O agronegócio sustentável é aquele que considera práticas agrícolas pensando no longo prazo, de modo a ser menos agressivo para o meio ambiente. A principal medida atrelada ao agronegócio sustentável é o Plano ABC, que tem metas para diminuir a emissão de carbono.
Em entrevista ao G1, o pesquisador aposentado do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e especialista em desenvolvimento agrário brasileiro, Guilherme Delgado, afirmou que as metas precisam ir além da redução de emissão de poluentes. Para ele, é possível estabelecer, por exemplo, limites de uso de água ou de agrotóxicos por fazenda.
No entanto, Lula já disse que, na transição, sua equipe não deve romper drasticamente com o que já havia sendo aplicado no setor sob a tutela de Jair Bolsonaro. O anúncio de ‘não ruptura’ pode ser parte de estratégia para se aproximar dos ruralistas que, durante a corrida presidencial, apoiaram Bolsonaro.