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Nova política industrial quer digitalizar 90% das empresas do setor até 2033

Objetivo é minimizar a dependência de importações nos próximos anos

Para aumentar a participação da indústria no PIB, governo traçou metas para os próximos anos. (FG Trade/Getty Images)

Para aumentar a participação da indústria no PIB, governo traçou metas para os próximos anos. (FG Trade/Getty Images)

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Publicado em 24 de janeiro de 2024 às 06h00.

Última atualização em 4 de novembro de 2024 às 14h49.

Defendida pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como ferramenta para estimular a neoindustrialização nos próximos anos e atrair novos investimentos privados, a nova política industrial contempla metas em eixos prioritários para o desenvolvimento do País.

Entre os pontos de destaque, está a meta de transformar digitalmente 90% das indústrias brasileiras até 2033, assegurando que a participação nacional triplique no segmento de novas tecnologias no período. Para isso, o plano prioriza a expansão da Indústria 4.0 e direciona a atenção para a produção de semicondutores. O intuito é minimizar, gradativamente, a dependência de importações.

A nova política estipula a cifra de R$ 36 milhões para a contratação de nove projetos no programa Startup gov.br, de apoio à transformação digital nos órgãos da administração pública. Tais iniciativas deverão tratar da melhoria dos serviços públicos e contemplar os conceitos de machine learning, deep learning, big data analytics, processamento de linguagem natural e visão computacional.

Para destravar investimentos privados, o plano prevê a criação de soluções de inteligência artificial para a esfera pública e uma estratégia nacional de governo digital. Ao todo, serão disponibilizados R$ 300 bilhões para financiamentos destinados à nova política industrial até 2026, o que gerou preocupação por parte de agentes econômicos que veem a possibilidade de aumento do risco fiscal.

O plano também pede que sejam priorizadas, no leilão do 5G, a implantação de redes de transporte subfluviais em fibra óptica no Norte, contemplando municípios do interior dos estados do Pará, Amazonas, Roraima e Amapá, além de R$ 3,1 bilhões para conectividade de escolas públicas em todo Brasil. Segundo o governo, esse investimento deverá ser acompanhado de ganhos significativos também para os setores do agronegócio e de transportes, duas das áreas mais prejudicadas pelas dificuldades de conexão no interior do País.

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Desindustrialização

A participação da indústria de transformação – que transforma uma matéria-prima em um produto – no Produto Interno Bruto (PIB) era de 36% em 1985. Em 2021, esse patamar caiu para 11%. Em linhas gerais, o foco da nova política industrial é reverter esse processo de desindustrialização, sem cometer os mesmos erros do passado.

Para estimular novas iniciativas, o documento apresentado pelo governo na segunda-feira, 22, também lança mão de instrumentos como linhas de crédito especiais e novas diretrizes envolvendo compras públicas. Além disso, o plano abrange incentivos à utilização de conteúdo local na indústria, como forma de estimular o setor produtivo.

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