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Metaverso oferece boas oportunidades de negócio para o Brasil

Valor de mercado do metaverso deve ultrapassar US$ 800 bilhões até 2028; para aproveitar o boom, é preciso investir em cibersegurança

Valor de mercado do metaverso ultrapassará US$ 800 bilhões (Harsch Shivam/Pexel/Reprodução)

Valor de mercado do metaverso ultrapassará US$ 800 bilhões (Harsch Shivam/Pexel/Reprodução)

Você sabia que o termo “metaverso” foi um dos mais buscados no Google em 2022? A expressão também obteve a segunda colocação na votação para a palavra do ano pela Oxford University Press. Sim, ele é trending --para usar outro verbete dos tempos atuais--, mas o que é, afinal, o tal do metaverso? Termo criado em 1992, no livro "Nevasca/Snow Crash", de Neal Stephenson, pode-se dizer que é um universo virtual em paralelo ao real no qual vivemos, porém, conectado também virtualmente à realidade de fato.

Segundo relatório divulgado pela JP Morgan em setembro de 2022, estima-se que o mercado movimentado pelo metaverso na China --jogos, publicidade, telecomunicações e comércio eletrônico-- chegue aos US$ 4 trilhões (cerca de R$ 20,80 trilhões) até 2025. As impressionantes projeções apoiam-se na tendência de crescimento do tempo gasto na internet e na iminente digitalização de vários processos no país asiático.

O valor de mercado do metaverso deve passar de US$ 48 bilhões em 2020 para mais de US$ 800 bilhões até 2028, aponta outro estudo, este da consultoria global Capco. A estimativa leva em conta o pesado investimento de gigantes como Meta (ex-Facebook), Google, Microsoft e Nvidia, protagonistas de primeira hora nesse habitat, além da chegada de novos players, como empresas financeiras, por exemplo, que tateiam o nicho para descobrir como oferecer seus produtos e serviços. 

Sem dúvida, o futuro parece promissor e há boa chance para acreditar que todos os cenários se concretizem. Também no Brasil as possibilidades com o metaverso são inúmeras e, certamente, caso se confirmem as previsões, uma nova avenida de desenvolvimento para o país deve se abrir.

Recentemente noticiou-se que a 2ª Vara de Família e Sucessões e o 2º Centro Judiciário de Solução de Conflitos de Anápolis (GO) estão usando o metaverso para fazer reuniões, bem como atendimento ao público e a advogados, para que as demandas sejam resolvidas de um jeito mais rápido.

Porém, é preciso introduzir outra palavra nesse TT: segurança. Por ser um ambiente altamente complexo, formado por um conjunto igualmente múltiplo de tecnologias –blockchain, realidade virtual e realidade aumentada, só para citar três–, o metaverso requer, necessariamente, um bom investimento em segurança. Sobretudo, porque deve abarcar cada vez mais participantes, com mais coleta de dados. Exatamente nesse ponto que está o problema – ou estão os problemas.

 

Dados a granel, à disposição, atraem potenciais cibercriminosos, que devem atuar para hackear os ambientes dentro do universo virtual. Lavagem de dinheiro, microtransações, uso indevido de propriedade intelectual e roubo de identidades devem ser os alvos prioritários para quem busca construir ambientes realmente seguros no metaverso, segundo análise da Capco, consultoria global de gestão e tecnologia. Somente o sentimento de segurança vai atrair, reter e fazer os usuários circularem dentro do ambiente virtual. Para a Capco, o cenário desafiador exige ações em diversas áreas.

 

Em cibersegurança, é preciso efetivar maneiras inovadoras de aplicar bloqueio eficiente, além de fortalecer a estrutura, melhorar a análise de risco e monitorar constantemente ameaças para mitigar os danos. Ainda que as empresas tenham infraestrutura atualizada para proteger os sistemas de TI, há episódios de ataques, o que demanda atenção e atuação incansáveis.

Já na parte de gerenciamento de identidade, é fundamental que o avatar tenha associação a uma identidade diferente da do mundo real. O uso de dados biométricos aprimorados pode garantir a legitimidade e ser um eficiente método de verificação.

Outra área sensível diz respeito aos pagamentos e também às criptomoedas. Verificar a legitimidade da moeda digital para evitar fraudes, bem como a autenticidade da pessoa física ou jurídica, são medidas primordiais para garantir padrão justo e eficiente na operação.

Por fim, propriedade intelectual e privacidade do consumidor são pontos muito importantes no aspecto da segurança dentro do metaverso. Primeiro, é necessário verificar e validar com rigor uma propriedade intelectual, sem esquecer de certificar o vínculo à identidade do mundo real. Há ainda que proteger os dados coletados do usuário, como informações biométricas, por exemplo.

Especialistas, intelectuais, economistas, filósofos e entusiastas da tecnologia projetam um horizonte solar para o metaverso. Ganhos na casa dos trilhões, empresas e mais empresas “levantando as portas” para potenciais clientes e possibilidades, novos players de olho em busca da “terra prometida”, todos estão arrebatados com as oportunidades do universo virtual. É hora de arrumar a casa para receber bem e fazer os convidados aproveitarem a festa.

*Alan Morais é sócio e diretor-executivo da EXA Tecnologia

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