Para processar dados equipamentos demandam muita energia, e a expansao de oferta via fontes renováveis podem ser diferencial brasileiro (simonkr/Getty Images)
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Publicado em 15 de junho de 2025 às 17h53.
Última atualização em 15 de junho de 2025 às 18h00.
Com a crescente demanda por serviços de armazenamento e processamento de dados, o Brasil tem despontado como um dos mercados mais promissores para a instalação de data centers na América Latina.
“Além da riqueza que ele [data center] cria, cria ainda mais riqueza ao ser utilizado. E quando eu falo sobre ecossistema digital, não estou falando de startup. É banco, agronegócio, logística”, projetou o assessor especial do Ministério da Fazenda, Igor Marchesini, em fala na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que tratou sobre a regulação do setor.
Como atrativos a investidores, o País – que regionalmente rivaliza com nações como Chile e México – possui uma combinação de fatores como mercado consumidor em crescimento, expansão da infraestrutura e políticas voltadas à transformação digital. Somado a isso, uma sinalização mais firme do governo, por meio do chamado Redata, poderia servir como farol contra a imprevisibilidade que muitas vezes caracteriza o ambiente de negócios brasileiro.
Na visão de especialistas, ainda que empresas como Google, Amazon (AWS), Microsoft (Azure), IBM, e grandes provedores como Ascenty, Elea Digital e ODATA já atuem por aqui, um plano de estímulo a ser calibrado pelo governo federal neste segmento poderia ser um passo importante em direção à soberania digital, já que existe dependência dos Estados Unidos para o processamento atual dos dados.
Fatores como o crescimento do mercado de nuvem, a adoção acelerada de serviços digitais e o crescimento do e-commerce durante e após a pandemia de COVID-19 geraram um aumento substancial na demanda por data centers.
“O grande pilar que a gente está resolvendo é tirar a incerteza tributária que é uma barreira para a chegada das empresas”, apontou Marchesini.
Dada a crescente demanda por energia confiável e limpa, há várias oportunidades para fundos de investimento estrangeiros, tanto em projetos relacionados diretamente à infraestrutura de data centers quanto em soluções energéticas específicas para atender a essa indústria.
Para equipamentos menores, a geração distribuída por meio de sistemas solares fotovoltaicos ou de biomassa pode ser uma alternativa viável para suprir a demanda energética de forma sustentável e descentralizada.
“Investimentos em novas tecnologias de resfriamento eficiente também são uma área promissora, já que as despesas com refrigeração representam uma parcela significativa dos custos operacionais. Soluções como resfriamento por líquido, resfriamento a ar livre (free cooling) e otimização de ambientes de servidores com inteligência artificial podem reduzir o consumo energético”, apontou o advogado Tiago Lobão Cosenza, especialista em infraestrutura e energia.