Linha 6 do metrô de São Paulo deve iniciar operação no próximo ano; Acciona também realiza estudos sobre a Linha 16 ( (Germano Lüders /Exame))
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Publicado em 17 de fevereiro de 2025 às 19h09.
O diretor da Acciona, André de Angelo, afirmou que a alta dos juros dificulta a atração de capital para financiar grandes projetos de infraestrutura no País. Segundo o executivo, a Selic mais alta deve fazer com que as empresas passem a esperar o melhor momento para participar de licitações, mas isso não tem afetado a atividade da companhia espanhola.
“O Brasil sempre foi assim. Sempre teve momentos de muita estabilidade econômica, com taxas de juros baixas, outros com taxas de juros altas, e o País sempre se ajustou. Existe muita intenção do próprio governo federal, principalmente, em fazer ajustes fiscais, melhorar o gasto público”, analisou em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo.
Engenheiro civil com MBA em gestão empresarial e comercial, De Angelo está na Acciona desde 2018 e acumula 17 anos de experiência na empreiteira Andrade Gutierrez. De acordo com ele, no cenário atual, projetos que demandem um volume muito grande de investimentos podem ser especialmente prejudicados pela alta dos juros, que torna mais restritivo o ambiente para crédito.
Nesta segunda-feira, 17, em evento promovido pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), o economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato, afirmou que a Selic deve chegar ao fim deste ano na casa dos 14,75%.
“Se eu pegar a fotografia atual, realmente é difícil fazer uma dívida de 20 anos [para algum projeto] com essas taxas. Mas daqui a seis meses a gente não sabe. Isso não nos assusta”, disse.
Sobre os mecanismos existentes para tornar a relação entre poder público e iniciativa privada mais eficiente no que diz respeito à gestão de contratos, André de Angelo entende que tem havido uma melhora nas condições apresentadas a projetos de infraestrutura, que na visão dele devem ter risco compartilhado entre governo e empresas.
Em São Paulo, a Acciona é responsável pela obra da Linha 6-Laranja do metrô – cuja operação deve ser iniciada no próximo ano – e realiza estudos da Linha 16-Violeta, que prevê estações próximas a parques como o da Aclimação e o Ibirapuera. O grupo espanhol, que em seu portfólio tem o metrô de Dubai e também a expansão do metrô de Madri, é visto como favorito para levar adiante o projeto.
Caso o cronograma seja cumprido, a fase de estudos deverá ser concluída em maio, e o governo de São Paulo poderá licitar essa nova linha do metrô da capital paulista seis meses depois. De acordo com De Angelo, caso a Acciona seja a responsável pela obra, a previsão é que a obra seja terminada em sete anos.
“Dependendo do traçado que for tomar, conexões com algumas ou outras linhas, [uma primeira parte da] Linha 16-Violeta pode vir a ser liberada antes de ser concluída”, explicou.