Brasil assume a presidência rotativa do G20 a partir de 1º de dezembro (Presidência da República/Divulgação)
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Publicado em 12 de setembro de 2023 às 07h00.
O presidente Luiz Inácio da Silva (PT) afirmou, durante a 18ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo do G20, em Nova Delhi, na Índia, que os países precisam adotar medidas mais drásticas para combater as mudanças climáticas. No encontro, o Brasil assumiu simbolicamente a presidência temporária do grupo. Na prática, o mandato começa em dezembro.
“O descompromisso com o meio ambiente nos leva a uma emergência climática sem precedentes. O aquecimento global modifica o regime de chuvas e eleva o nível dos mares. As secas, enchentes, tempestades e queimadas se tornam mais frequentes e minam a segurança alimentar e energética. Agora mesmo, no Brasil, o estado do Rio Grande do Sul foi atingido por um ciclone que deixou milhares de desabrigados e dezenas de vítimas fatais”, disse o presidente em discurso.
Na avaliação de Lula, os países precisam atuar com agilidade para que novas tragédias sejam evitadas, em especial para que não haja a penalização da população mais pobre. “Se não agirmos com sentido de urgência, esses impactos serão irreversíveis. Os efeitos da mudança do clima não são sentidos por todos da mesma forma. São os mais pobres, mulheres, indígenas, idosos, crianças, jovens e migrantes os mais impactados”, afirmou.
O presidente ainda cobrou os países mais ricos: “Quem mais contribuiu historicamente para o aquecimento global deve arcar com os maiores custos de combatê-lo. Essa é uma dívida acumulada ao longo de dois séculos”.
Lula lembrou um acordo firmado em 2009 durante a COP15, na Dinamarca, que previa a criação de um fundo no valor de US$ 100 milhões para financiar ações de combate às mudanças climáticas. Apesar da boa intenção, o projeto não saiu do papel.
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A presidência brasileira do G20 vai de 1º de dezembro deste ano até 30 de novembro de 2024. No período, o País precisa organizar mais de 100 reuniões oficiais, entre elas 50 encontros de alto nível, além de seminários.
Lula prometeu criar uma força-tarefa de mobilização global contra a mudança climática. “Lançaremos, em nossa presidência do G20, uma força-tarefa. Queremos chegar na COP30, em 2025, com uma agenda climática equilibrada entre mitigação, adaptação, perdas e danos e financiamento, assegurando a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas. Esperamos contar com o engajamento de todos”, ressaltou em discurso.
O G20 reúne as principais economias do mundo para debater políticas em comum em um cenário multilateral. O grupo é formado por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia. Para a cúpula, também foram convidados representantes de Bangladesh, Egito, Emirados Árabes, Espanha, Ilhas Maurício, Nigéria, Omã, Países Baixos e Singapura. O grupo responde por cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 75% do comércio internacional. Juntos, reúnem dois terços da população e representam 60% do território do planeta.